Requião se diz chocado com drible de Moro e Guedes na Lava Jato

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) disse nesta terça-feira (20) que está chocando com o drible dos ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes nas investigações da Lava Jato.

Segundo reportagem da Folha, hoje, Guedes repassou R$ 560,8 mil em 2017 à empresa de fachada Power Marketing, que era operada por Carlos Nasser, o Naninho, então assessor do governador do Paraná Beto Richa (PSDB).

Na época, diziam os procuradores da força-tarefa, a Power recebia dinheiro de propina para beneficiar a Econorte, do grupo Triunfo, que atua no pedágio. A empresa era investigada pela Operação Anel da Integração, no âmbito da Lava Jato.

De acordo com a Folha, executivos de outras empresas responsáveis por repasses para a Power acabaram presos. Porém, Guedes, na qualidade de sócio-administrador da GPG Consultoria, não foi molestado por Moro.

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Guedes já era coordenador da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL) e, bingo!, foi o então virtual ministro da Economia quem fez o convite para o então juiz da 13ª Vara Federal do Paraná para integrar o governo. E é isso que chocou Requião.

Requião, atualmente o principal digital influencer do País, recorda que Moro anulou o depoimento de Naninho, morto em dezembro de 2018, no qual ele admitiu à Polícia Federal que sua empresa não funcionava e que o dinheiro era utilizado em campanhas eleitorais.

“As últimas revelações da Folha de São Paulo sobre a anulação do depoimento de Carlos Nasser e ausência de denúncias dos repasses de Guedes para a corrupção do governo Richa desnudam a lavajato”, reagiu o emedebista.

“Incrível, inaceitável”, protestou Requião, para quem houve um descarado drible de Moro e Guedes na Lava Jato.

Em suma: Moro cometeu crime de prevaricação ao blindar Guedes; o ex-juiz infringiu o art. 319 do Código Penal, que prevê de 3 meses a um ano de prisão.

O termo prevaricação vem do latim “praevaricare” e significa faltar com os deveres do cargo, torcer a justiça.

“Lavajato ou livrarato?”, questionou Roberto Requião.