O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido que mais perdeu espaço no Congresso em 2018, ensaia uma renovação no discurso e uma depuração na imagem da legenda, associada ao adesismo e ao fisiologismo.
A Fundação Ulysses Guimarães lançou documento sob o título “Resistir outra vez”, que lembra o papel da legenda na redemocratização, fala em resistência e conclui: “O desgoverno é a antessala da tirania”, registra a coluna Painel da Folha de São Paulo.
O texto deve subsidiar a escolha da nova direção nacional da legenda, dia 6 de outubro. O documento não cita o nome do presidente Jair Bolsonaro, mas faz uma avaliação de sua vitória. Diz que, com os partidos enfraquecidos e a política arrasada, a eleição foi plebiscitária. “Não havia o centro.”
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“De um lado, havia uma esquerda radicalizada e sem propostas. De outro, um candidato de uma nova direita alternativa que se espalha pelo mundo com uma pauta muito conservadora e pouco apreço pelas normas da democracia liberal e valores civilizatórios”, avalia a fundação.
Num mea culpa discreto, o documento diz que a corrupção abre caminho a demagogos e que a sigla não deve “temer nem esse debate nem essa luta”. Está cada vez mais consolidada a tese de que a presidência do MDB deve ser entregue ao deputado Baleia Rossi (SP), hoje líder do partido. Diversas correntes se uniram em torno dele.
O documento fornece também as bases de um discurso para o MDB nas eleições municipais de 2020.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.