Desembargadora que divulgou fake news contra Marielle vira ré no RJ

alerj Marielle
A Corte Especial do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) aceitou por unanimidade, nesta quarta-feira (7), queixa-crime contra a desembargadora Marília Castro Neves apresentada pela família da vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março do ano passado. A desembargadora agora é ré por ter acusado Marielle de estar “engajada com bandidos” e ter sido “eleita pelo Comando Vermelho”.

A relatora, ministra Laurita Vaz, deu prosseguimento à denúncia por entender que a mensagem da desembargadora se enquadra em calúnia por dar a entender que Marielle fazia parte de organização criminosa. “A primeira insinuação da mensagem da querelada [Marília], a meu sentir, encontra a adequação típica no artigo 2º da Lei 12.850 de 2013, que é: ‘promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa’”, disse ao acatar parte da queixa-crime.

STF suspende transferência de Lula para São Paulo

Outro trecho, que dizia que Marielle “sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava”, foi rejeitado por ser “genérico”.

A advogada da família de Marielle, Evelyn Melo Silva, afirmou que a decisão é uma vitória, apesar de ainda não constituir condenação. “O recebimento da queixa crime é uma forma de reparação, de fazer justiça à memória de Marielle”, disse.