Corregedor identificou maracutaia em palestras de Dallagnol mas não investigou

Novos diálogos publicados pela Folha de São Paulo em parceria com o Intercept mostram que o então corregedor-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho, identificou maracutaias de Deltan Dallagnol na mercantilização de palestras, mas não abriu um processo de apuração.

O caso ocorreu em 2117. Deltan fez uma publicação em sua página pessoal no Facebook, divulgando uma de suas palestras. O evento tinha a seguinte chamada: “Operação Lava Jato – Passado, presente e futuro – A Lava Jato na visão de quem está no olho do furacão”. A palestra foi na Federação das Indústrias do Estado do Paraná em 4 de julho daquele ano.

O corregedor-geral do MPF, Hindemburgo Chateaubriand Filho, criticou informalmente a conduta do procurador da República Deltan Dallagnol na divulgação de palestra, ressaltando a gravidade da situação, mas deixou de abrir apuração oficial, apontam diálogos.

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Além de Deltan, outros quatro procuradores da lava jato fizeram palestra no evento. O ingresso custava R$ 80 e a renda seria revertida para a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Curitiba, segundo a divulgação.

Após as críticas feitas pelo corregedor por mensagem, Deltan fez alterações na chamada. Nenhuma apuração foi aberta sobre esse, nem sobre outros casos citados pelo próprio corregedor nas mensagens vazadas.

A venda das palestras gerou polêmica no Ministério Público. Diversos procuradores escreveram críticas:

“Virou atração circense A Corregedoria devia suspender Os tentáculos da vaidade e do estrelismo podem agarrar os colegas sutilmente (ou nem tão sutilmente assim)”, afirmou um dos procuradores.

“Se eu estivesse do outro lado do balcão faria a festa com esse “Xow do Deltan”!”, escreveu outro crítico.

As informações são da Folha de São Paulo.