Boulos: Temos que unir e organizar a esquerda contra Bolsonaro

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, voltou a defender a unidade e organização da esquerda para qualificar e endurecer a oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Em participação na 21ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo, no início da tarde de hoje (3), o ex-candidato do Psol à Presidência analisou as estratégias adotadas pelo governo e os caminhos que o levaram ao poder. E apresentou alternativas de enfrentamento, que incluem a luta pela liberdade dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril de 2018.

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“Temos de superar esse momento de perplexidade e de revolta virtual, unir partidos, movimentos e forças da esquerda para reagir às investidas. Isso é fundamental pra gente enfrentar o que o Brasil está sofrendo. Nossa indignação tem de ir pra ruas. Nossa oposição tem de ir para além das nossas bancadas no Congresso, onde nossos representantes, mesmo em minoria, conseguem dizer o que temos atravessado na garganta. Temos de sair da bolha, voltar às bases, às periferias”, defendeu.

Para o líder do MTST, é preciso, sobretudo, apresentar um novo projeto, que traga esperança às pessoas. Trata-se de um projeto de renovação, sem esquecer as conquistas dos 13 anos de governos populares, que possa dialogar com as novas gerações. “É deixar claro que nosso projeto é o da solidariedade, que coloca a vida acima do lucro, que preserva nossas florestas, não mate índios para lhe tirar a terra, que não coloca mais veneno na nossa comida, que garanta direitos e não privilégios”, destacou.

Economia

Esperança
Boulos defendeu ainda a retomada da narrativa da esquerda que defende esse projeto solidário, de esperança. “Não podemos ter medo de usar camisa vermelha, de defender nossa posição contrária a privilégios, que defende taxar jatinhos e iates e não apenas os trabalhadores. De taxar lucros de banqueiros. E para quem nos chamar de socialistas, questionar se o capitalismo deu conta de criar empregos dignos para todos, saúde, educação e aposentadoria para todos.”

Em sua avaliação, este é o caminho para fazer frente ao “governo de guerra” de Bolsonaro, até agora visto apenas no Brasil. “Um governo que não busca maioria na sociedade, uma composição social, e sim o endurecimento do seu núcleo duro, extremista”, afirmou.

A cartilha seguida pelo governo, enfatizou, é a mesma adotada pela nova extrema-direita de todo o mundo. Inspirada nas ideias de Steve Bannon, prega um processo de destruição para que então seja implementado esse governo extremista. As mudanças na lei trabalhista, a proposta de “reforma” da Previdência e o sucateamento das universidades estão inseridas nesse modelo.

As informações são da RBA