Onda de frio exige ação dos prefeitos para proteger moradores de rua

A forte onda de frio de origem polar que chegou ao Brasil nesta primeira semana de julho fez a temperatura despencar nas capitais da regiões Sul e Sudeste. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) faz a previsão de um inverno rigoroso em 2019, com baixas temperaturas e a ocorrência de fortes geadas. O que vai demandar das prefeituras medidas emergenciais para proteger os milhares de moradores de rua e as pessoas que vivem em precárias ocupações urbanas.

Neste final de semana, de intenso frio, já foram registradas três mortes em São Paulo e a morte de um jornalista, sem teto, em Porto Alegre, fatos que provocaram comoção e uma cobrança dos prefeitos para uma atuação diligente do poder público. O problema é grave e envolve diretamente a vida de milhares de pessoas em situação de rua ou que vivem em precárias ocupações urbanas.

É verdade que o frio pode matar, porém uma intervenção organizada e cuidadosa das administrações municipais são fatores indispensáveis para proteger a vida desse segmento vulnerável e excluído da população.

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Em Curitiba, uma das cidades mais frias do país, o momento exige do prefeito Rafael Greca uma abordagem não convencional da questão e que abra espaço para o protagonismo dos moradores em situação de rua e dos movimentos e entidades que lidam com a questão.

A prefeitura precisa implementar medidas emergenciais como o abrigamento, utilizando espaços públicos como os centros esportivos, os estádios de futebol, a instalação de tendas na região central para pernoite e guarda de pertences, a distribuição de cobertores, mantas e de comida quente. Além disso, é urgente criar uma força-tarefa com a defesa civil, guarda municipal, igrejas e voluntários para coordenar a ação humanitária, evitando, assim, a perda de vidas para a vigorosa intempérie do período.

Economia

Para além do frio do inverno, da proteção imediata, o fenômeno da população de rua revela a brutal situação de exclusão de vastos segmentos sociais empobrecidos pela crise, vitimados por um modelo econômico concentrador de renda, da propriedade e de riqueza.