Manifestações em clima de Copa América

As manifestações bolsonaristas foram mais do mesmo. Seguiram o clima dos enfadonhos jogos da Copa América. Mais um chato zero a zero.

A direita possui entre 20 e 30%, com o núcleo radical assumindo cada vez mais protagonismo. Os atos foram mais uma manobra defensiva, de contenção, contra os ataques do Intercept.

A esquerda conta com apoio de percentual semelhante. O PT – aqui uma boa surpresa – até tentou sair da armadilha de tratar o caso Intercept como uma conspiração contra o partido de Lula.

Vozes importantes dão sinais de que o esforço dos companheiros é tratar as revelações como uma agressão ao Estado Democrático de Direito, bandeira muito mais ampla que a defesa do PT.

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O problema é que tem jogador do outro lado, e o núcleo bolsonarista, de forma inteligente, correu para colar Glenn na liberdade de Lula “e de outros corruptos.”

Economia

Por enquanto, o jogo segue com muita marcação, muita canelada e pouca criatividade. A radicalização parece ainda prevalecer numa parcela expressiva do eleitorado, impedindo a construção de alternativas mais amplas. A força gravitacional dos pólos deixa o centro tonto.

Cerca de metade da população acompanha o jogo sem expressar nenhuma reação. Não há em campo um jogador brilhante, um craque capaz de arrancar aplausos dos neutros e até da torcida adversária.

O único gol marcado após várias partidas disputadas ainda está sob análise do VAR. Qual será o impacto do acordo assinado com a União Europeia? Os benefícios chegarão no seu João e na dona Maria?

Daqui pra frente acontecem os jogos decisivos. Reforma da previdência, tributária, lei de abuso de autoridade e fechamento do PIB de 2019. E ainda tem a expectativa do “gringo naturalizado” entrar em campo com alguma nova jogada espetacular.

O futebol está chato, mas para os amantes da arte, a esperança nunca morre.