Segundo The Intercept, os procuradores da Lava Jato se articularam para vazar informações sigilosas da delação da Odebrecht para a oposição venezuelana após uma sugestão do então juiz Sergio Moro.
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“Talvez seja o caso de tornar pública a delação dá Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?”, sugeriu Moro a Deltan Dallagnol em 5 de agosto de 2017.
Deltan respondeu: “Naõ dá para tornar público simplesmente porque violaria acordo, mas dá pra enviar informação espontãnea [à Venezuela] e isso torna provável que em algum lugar no caminho alguém possa tornar público”.
Antes, Deltan já havia dito a Moro, em meio a uma conversa sobre os vazamentos: “Haverá críticas e um preço, mas vale pagar para expor e contribuir com os venezuelanos”.
Em outubro de 2017, pouco antes das eleições dos governos estaduais da Venezuela, vazou nas redes um vídeo do ex-diretor da Odebrecht no país detalhando a corrupção no governo Maduro.
Em uma notícia-crime protocolada pela Odebrecht, a empresa insinuou que o vazamento teria acontecida pela PGR. “Os vídeos dos relatos de todos os colaboradores da companhia, especialmente daqueles que abordam fatos ocorridos no exterior, encontram-se custodiados pela PGR, sendo que jamais foram oficialmente entregues aos colaboradores, aos seus causídicos ou a quem quer que seja”, disse a empresa.
Ou seja, para Moro e Dallagnol não bastava interferir politicamente no Brasil, eles queriam “salvar” os irmão da Venezuela também. Tudo ao arrepio da lei, é claro.
As informações são do Intercept Brasil.