Fernando Haddad: A Lava Jato transformou-se em um projeto de poder

O ex-candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, escreve na Folha neste sábado sobre a Vaza Jato. Ele denuncia que a força-tarefa liderada pelo ex-juiz Sérgio Moro, como revelou o site Intercept, transformou-se em um projeto de poder.

Haddad enumera no artigo os indícios de fraude eleitoral cometida pelo ministro da Justiça pela procurador Deltan Dallagnol em favor de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito em 2018, a partir de mensagens no Telegram:

1- coletiva (do Lula) antes do segundo turno pode eleger o Haddad;

2- nenhum membro da força-tarefa da Lava Jato se dispôs a entregar seu celular para perícia;

3- autoridades mandaram investigar e intimidar o jornalista Glenn Greenwald que recebeu a denúncia;

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4- a velha mídia naturaliza as mensagens como se fossem coisas corriqueiras;

5- Moro já grampeou ilegalmente uma presidente da República e vazou os áudios para impedir que Lula assumisse a Casa Civil;

6- a Lava Jato se transformou em um projeto de poder;

7- Moro assumir cargo no governo que ajudou a eleger; e

8- A cônjuge de Moro, pelo Instagram, foi direto ao ponto: “2022 já começou”.

Para Fernando Haddad, o projeto de poder de Moro tem dois obstáculos à frente: Jair Bolsonaro e Glenn Greenwald. Citando o também articulista da Folha Celso Rocha de Barros, o petista a VazaJato interessa ao primeiro [Bolsonaro] porque reduz Moro a um tamanho em que ainda faça bela figura sem tornar-se um rival. 

Por fim, Haddad avalia que a cada nova reportagem do Intercept mais cresce a reputação de Greenwald.