Lula: “Eu não sei se vou sair da prisão”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi entrevistado nesta quarta-feira (5) pelo jornalista Joaquim de Carvalho, do DCM (Diário do Centro do Mundo). Ao comentar sobre o parecer do Ministério Público pela progressão para o semiaberto, o petista revelou-se cético:

“Eu não sei (se vou sair). Deixa eu contar uma coisa para vocês. Eu não gosto de alimentar expectativa. Não tem nada pior para um preso do que expectativa frustrada. Quando você está livre, você marca o encontro com uma namorada ou namorado, e ele não comparece, você fica fulo da vida, vai num bar, toma uma cachaça ou um uísque e você fica normal. Mas, quando você está preso e tem uma expectativa e ela não acontece…”

Lula se manifestou contrário ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o ex-presidente, o PT não pode fazer com Bolsonaro o que Aécio Neves (PSDB-MG) fez com Dilma Rousseff. “Se houver crime de responsabilidade, que se investigue e depois disso, aí sim, se proponha o impeachment”, pregou ao lembrar que Bolsonaro foi eleito pelas regras do jogo que o PT aceitou.

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De acordo com o DCM, Lula voltou a afirmar que não aceitaria usar tornozeleira eletrônica. De maneira incisiva, disse: “tornozeleira é para bandido ou pombo correio”.

Embora seja cético, Lula adiantou que se casará quando deixar a prisão.

O repórter Joaquim de Carvalho também relatou que Lula criticou o “pacto” havido entre executivo, legislativo e judiciário pela aprovação das reformas de Bolsonaro.

Economia

“Quando você faz uma reunião e aparece o presidente da Suprema Corte e a informação que a gente recebe é pacto é por conta das reformas, não é crível, não é crível, como falariam alguns amigos porque, se alguém da sociedade brasileira quiser entrar com um recurso contra a reforma, vai entrar na Suprema Corte. E como é que pode? Um cara que é presidente vai se sentir impedido ou não? Ele vai poder votar ou não? Então, as pessoas precisam se preservar.”

A entrevista foi concedida hoje ao DCM e ao site Tutameia.