Greve é vitoriosa, avalia presidente da CUT

O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que as centrais sindicais e os trabalhadores e trabalhadoras do País estão dando um recado claro a Jair Bolsonaro (PSL) de que são contra a proposta de Reforma da Previdência e também a proposta do relator, o deputado Samuel Moreira (PSDB-MG), que manteve a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para as mulheres, o cálculo que reduz o valor do benefício e 40 anos de contribuição para ter direito à aposentadoria.

Para Vagner, a greve geral desta sexta-feira (14), só fortaleceu a luta dos sindicatos que, com a ajuda da classe trabalhadora, vão continuar pressionando os deputados em seus redutos e bases eleitorais, avisando que não vão votar em traidores do povo, da mesma forma que os que votaram a favor da reforma Trabalhista não retornaram ao Congresso Nacional nas eleições de 2018.

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“Não mexam nas nossas aposentadorias e em nossos direitos. Não duvidem do poder de mobilização dos sindicatos do Brasil”, avisou o presidente da CUT, que considerou exitosa a greve geral, apesar das práticas antissindicais de patrões e Tribunais. “Mesmo com a repressão policial em vários estados, essa greve foi maior do que a greve construída em 2017 contra a reforma de Michel Temer. E nós vamos a Brasília, vamos organizar novas manifestações, coletar assinaturas e entregar um abaixo-assinado no Congresso Nacional”, afirmou Vagner Freitas.

Balanço vai mostrar que as pessoas não foram trabalhar
Para o presidente da CUT, apesar de uma parcela da imprensa tratar como greve de transportes, o balanço do movimento financeiro vai mostrar que as pessoas não foram trabalhar. Houve paralisação da produção porque muitos não saíram às ruas, sejam trabalhadores formais, informais, desempregados e desalentados.

Segundo ele, o movimento foi para que as pessoas não saíssem de casa e o vazio de algumas estações de Metrô em São Paulo e em várias capitais, por falta de passageiros, mostra que a luta foi forte e que serão realizadas quantas paralisações forem necessárias para defender a aposentadoria.

Economia

“A greve não era só do transporte, é da classe trabalhadora, dos estudantes que não aceitam essa reforma. O texto da reforma é ruim. Queremos que o governo retire toda a proposta e depois vamos discutir o que queremos”, disse Vagner.

Para o presidente da CUT, a melhor forma de resolver o caixa da Previdência é cobrar dos devedores, da apropriação indébita, reduzir juros e fazer políticas de investimentos que gerem emprego e renda.

“O governo Bolsonaro não tem política de incentivo à produção. Ele não pode se esconder atrás da pensionista e do aposentado. O Brasil precisa ser tratado com seriedade”, criticou.

“Queremos mais empregos, queremos nos aposentar”
Para o Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre, o êxito da greve geral com fábricas e comércios fechados em todo o País, é a resposta da classe trabalhadora que não aceita o desmonte patrocinado pelo governo de Jair Bolsonaro.

“A população entendeu que queremos mais empregos, queremos nos aposentar e ter mais universidades e vamos marcar uma nova greve ainda mais forte”, declarou.

Já o diretor da CUT, Julio Turra Filho, disse que o relator da reforma manteve o conteúdo mais duro do texto e o trabalhador vai trabalhar mais e ganhar menos. “Isso não foi mudado. O relatório só mudou em parte o bode anunciado, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, por pressão das ruas. Já anunciaram que a capitalização pode voltar a ser colocada em votação em outro momento”, criticou. E avisou: “A CUT não vai se deixar enganar. Vamos continuar batendo firme contra esse projeto de desmonte da Previdência Pública”.

As informações são da CUT