Globo censura manifesto pela liberdade de Lula que cita a Lava Jato

O jornal O Globo se recusou a publicar um manifesto que exige a imediata libertação do ex-presidente Lula à luz do escândalo da Lava Jato, divulgado pelo site Intercept, que mostram o ex-juiz Sérgio Moro combinando com o Ministério Público Federal (MPF) formas de agravar a situação do petista.

De acordo com o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), um dos signatários do manifesto, o veículo de comunicação dos Marinho alegou não querer melindrar Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa.

Além de Requião, o documento é assinado pelo ex-candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad; o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); o ex-presidenciável do PSOL e líder do MTST, Guilherme Boulos; e a líder indígena Sônia Guajajara.

Com a negativa de O Globo publicar o manifesto, o grupo agora tentará veiculá-lo na Folha de S. Paulo, Estadão e Valor.

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Moro foi acusado por uma série de reportagens do site Intercept de liderar um corrupto esquema na Lava Jato que visava punir adversários políticos e ideológicos.

Segundo conversas secretas divulgadas pelo jornalista Glenn Greenwald, o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba combinava com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, estratégias para agravar a situação dos acusados.

Além de auxiliar a acusação (Ministério Público Federal), o ex-juiz também escalava procuradores para oitivas e coordenava as ações de mídia da Lava Jato contra a defesa de réus –a exemplo do que ocorreu no dia do depoimento do ex-presidente Lula, 10 de maio de 2017. Moro pediu para que o MPF contestasse o ‘showzinho da defesa’ por meio de nota à imprensa.

O sistema penal acusatório previsto na Constituição Federal proíbe veementemente que o julgador atue para enfraquecer a defesa reforçando a acusação. A falta de imparcialidade do julgador causa nulidade absoluta da sentença.