Antevendo um tsunami com novas revelações do site The Intercept Brasil, o ministro do STF Luiz Roberto Barroso tomou as dores do ministro da Justiça Sérgio Moro.
Barroso afirmou nesta sexta que “certamente ocorreu ataque criminoso” nos celulares do ex-juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.
“Estou no momento prévio do ataque criminoso. Eu sou juiz, juiz fala ao final da apuração, não no início”, disse o ministro do STF na ABF Franchising Week, em São Paulo.
O fundador do Intercept prometeu ainda para esta noite novos vazamentos de diálogos que comprovariam o conluio entre Moro (julgador) e Deltan (acusador) na Lava Jato.
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Moro nunca foi juiz imparcial
O ministro Sérgio Moro foi acusado pela série de reportagens do site Intercept de liderar um corrupto esquema na Lava Jato que visava punir adversários políticos e ideológicos. Segundo conversas secretas divulgadas pelo jornalista Glenn Greenwald, o então magistrado paranaense combinava com o procurador Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa, estratégias para agravar [ou aliviar] a situação de acusados.
Além de auxiliar a acusação (Ministério Público Federal), o ex-juiz também coordenava as ações de mídia da Lava Jato contra a defesa de réus –a exemplo do que ocorreu no dia do depoimento do ex-presidente Lula, 10 de maio de 2017. Moro pediu para que o MPF contestasse o ‘showzinho da defesa’ por meio de nota à imprensa.
O pedido de ajuda de Moro ao procurador Deltan, no caso desses “alguns tontos” do MBL, é mais uma evidência sobre o grau de promiscuidade e irmandade entre magistrado e MPF.
O sistema penal acusatório previsto na Constituição Federal proíbe veementemente que o julgador atue para enfraquecer a defesa reforçando a acusação. A falta de imparcialidade do julgador causa nulidade absoluta da sentença.
Acerca das reportagens do Intercept
O combate à corrupção era feito com métodos corruptos, fora da lei, segundo revelou o site The Intercept ao Brasil e ao mundo.
1- juiz e acusação afastaram e escalaram procuradores para o caso Lula;
2- eles combinaram estratégia comum [julgador e MPF] para agravar a situação de acusado;
3- eles vazaram seletivamente para a velha mídia com a finalidade de prejudicar uma das partes;
4- eles protegeram político do PSDB que não queriam melindrar e, portanto, proteger de seus rigores midiáticos; e
5- aliás, eles faziam o plano de mídia conjuntamente contra adversários políticos e adversários.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.