A melhor estratégia de Moro seria a renúncia já

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem como estratégia fazer um plebiscito entre os que apoiam e os que são contra a Lava Jato. A informação é do Estadão deste domingo (16).

Segundo o jornalão paulistano, a aposta na divisão dos brasileiros com o fim de minimizar os impactos das denúncias divulgadas pelo site Intercept contaria com o apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ou seja, como política de governo viria aí mais ódio e cisão na tentativa de criar uma narrativa para os crimes cometidos pelo ministro da Justiça em nome do suposto combate à corrupção.

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Na quarta-feira (19), quando estiver depondo no Senado, muito provavelmente Moro usará da estratégia de plebiscitar a sessão da CCJ. Ele seguramente dirá aos parlamentares: ‘Ou eu ou a corrupção’.

O Estadão conta que a tática de Bolsonaro para “blindar Moro e afastar a crise do Planalto consiste em jogar a opinião pública contra deputados, senadores e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).”

O diabo é que estratégia visa colocar a sociedade contra as instituições para que ele, Moro, se safe das práticas ilegais que cometeu contra Lula, PT e demais réus na Lava Jato. Tudo sem provas, forjando versões, atuando contra adversários políticos e ideológicos –que em síntese são todos os congressistas, haja vista que numa das conversas reproduzidas pelo Intercept o ex-juiz prega uma “limpa” no Congresso.

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A estratégia de fazer da crise um plebiscito pode ser um tiro no pé de Moro porque os parlamentares podem entender esse movimento como uso da função pública para a prátia de novos crimes e para ocultar ou destruir provas, cuja tipificação está no artigo 312 do Código do Processo Penal (CPP). Há, inclusive, pedido de prisão preventiva do ex-juiz nesse sentido.

Portanto, a melhor estratégia de Moro seria a renúncia já.