UNE e Ubes reprimidas na Câmara

Dirigentes da União Nacional dos Estudantes e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas foram impedidos de falar na Comissão de Educação da Câmara, sofreram repressão de deputados governistas e seguranças. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, que participava de reunião da comissão disse que não queria falar com os estudantes.

A confusão começou quando a presidente da comissão, deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP), disse que abriria o microfone às entidades estudantis, por dois minutos. Integrantes da base aliada do governo de Jair Bolsonaro (PSL) rebateram a deputada e tentaram impedir que os estudantes falassem.

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Houve bate-boca e a sessão, que começou às 9h30, foi encerrada às 14h. O deputado Delegado Waldir (PSL-GO), por exemplo, gritava “Porra de UNE não vai falar aqui, não”.

Seguranças da Casa contiveram à força Marianna Dias, presidente da UNE, e Pedro Gorki, presidente da Ubes, que tentavam alcançar a mesa da comissão, onde estava o ministro, para fazer perguntas.

Marianna reagiu quando os seguranças tentavam barrar sua passagem e afirma que quase teve a roupa rasgada. Para ela, é um absurdo que as demandas do povo brasileiro sejam desrespeitadas em um espaço legítimo: a casa do povo.

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“Foi combinado no início da audiência pública que haveria um espaço para a sociedade civil falar através dos estudantes e, no final, alguns deputados, que são base do governo, ficaram muito furiosos com o fato de ter uma representação dos estudantes através da fala”, analisa.

Em meio a gritos e agressões, o ministro se negou a escutar as entidades estudantis e deu as costas à sessão. Em seguida, foi “escoltado” até a saída do plenário por servidores e deputados, entre eles Waldir.

“Se agredir estudantes e chamar estudante de vagabundo na Câmara dos Deputados não for uma expressão muito dura, cruel e arrogante, e a tentativa de se impor ao Brasil um Estado de exceção, de silêncio, eu realmente não sei mais o que é ditadura e Estado de exceção”, alerta Pedro Gorki sobre a roupagem do governo eleito.

“A ação de hoje mostra a intenção do governo de silenciar a juventude, mas a nossa resposta é dizer que, com ou sem microfone na Câmara dos Deputados, eles vão ter que nos ouvir”, finaliza.

As informações são do Brasil de Fato.