Olavo de Carvalho dá a impressão de ser uma pessoa doente, diz Villas Bôas

Em entrevista ao Estadão publicada nesta terça-feira (7), o general Eduardo Villas Bôas, que exerce o cargo de assessor especial do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que o astrólogo Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro (PSL), “passou do ponto”, está agindo com “total desrespeito aos militares e às Forças Armadas”, “presta enorme desserviço ao país” e “dá a impressão de ser uma pessoa doente”.

Perguntado sobre os ataques do guru de Bolsonaro aos militares que estão no governo, o general respondeu: “Passou do ponto. Aliás, já vem passando do ponto há muito tempo, agindo com total desrespeito aos militares e às Forças Armadas. E, quando digo respeito, é impressionante que ele, como um homem que se pretende culto e inteligente, desconhece normas elementares de educação. É também muito grave a maneira como ele se refere com impropérios a oficiais da estatura dos generais Mourão (vice-presidente da República), Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo) e Heleno (ministro) e aos militares em geral.

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“Rebater Olavo de Carvalho seria dar a ele a importância e a relevância que não tem e não merece. Ele está prestando um enorme desserviço ao País. Em um momento em que precisamos de convergências, ele está estimulando as desavenças. Às vezes, ele me dá a impressão de ser uma pessoa doente, que se arvora com mandato para querer tutelar o País, completou Villas Bôas.

Questionado sobre a possibilidade de o governo Bolsonaro não dar certo, o general disse que se isso acontecer “certamente uma parte da conta será debitada aos militares”.

A guerra entre Olavo e os militares parece estar longe do fim. Nesta terça-feira, o guru de Bolsonaro usou as suas redes sociais para atacar Villas Bôas. Ele se referiu ao general como “um doente preso a uma cadeira de rodas”.

Economia

“Há coisas que nunca esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares, acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar proteção escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas. Nem o Lula seria capaz de tamanha baixeza”, escreveu Olavo.