Moro lidera pesquisa para o STF, mas Bolsonaro prefere evangélico

A Paraná Pesquisas informa nesta sexta-feira (31) que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, lidera na opinião pública a preferência pela próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o instituto, 59,7% dos brasileiros gostariam de ver o ex-juiz Sérgio Moro dividindo a bancada do Supremo com o ministro Gilmar Mendes, ante 33,3% que discordam dessa ideia.

O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 2.066 eleitores brasileiros de 26 estados e o Distrito Federal entre os dias 23 e 27 de maio de 2019. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

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Ocorre que a vaga a ser aberta pela aposentadoria do ministro Celso de Mello, em novembro do 2020, não será objeto de sufrágio popular. Pelo contrário. É o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), quem deverá indicar o nome e o Senado o referendará ou não.

O problema é que o Congresso Nacional não anda muito feliz com Bolsonaro e, caso o leitor ainda se recorde, Moro não conseguiu manter nem o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) subordinado ao Ministério da Justiça. Sofreu derrota nas duas casas legislativas, Câmara e Senado.

Economia

Bolsonaro, antevendo as dificuldades de Moro, lançou hoje a campanha por um evangélico no STF.

“Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, eu pergunto-lhes: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico? Cristão assumido? Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos, um tem que respeitar o outro. Será que não está na hora de termos um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico?”, questionou o presidente da República, nesta sexta, durante a 46ª Assembleia Geral da Convenção Nacional das Assembleias de Deus – Ministério da Madureira, em Goiânia.

Evangélicos desde criancinhas, os juízes Marcelo Bretas (lava jato do Rio) e João Pedro Gebran Neto (TRF4 de Porto Alegre) já estão no aquecimento.

O Brasil é considerado um Estado laico –que separa a religião do Estado, ou seja, neutro e leigo– desde 1890. Portanto, a declaração de Bolsonaro significa uma marcha à ré de 129 anos.

Resumo da ópera: depois de perder o Coaf, Moro ainda poderá perder o STF.