Manifestação deste domingo pode gerar o impeachment de Bolsonaro

Esta semana foi dito aqui que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) armou a arapuca para ele mesmo, pois convocou um “plebiscito” que tinha tudo para dar errado, dar em vergonha, enfim.

Nos últimos dias alguns correligionários que ainda sobraram convenceram –em parte—os Bolsanaro [pai e filhos] a pisarem o freio acerca da manifestação deste domingo 26.
Ainda neste sábado, na véspera da balbúrdia bolsonarista, a diretriz é para aplacar as críticas contra Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, Centrão e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O diabo é que a algazarra de amanhã, sem líderes e pautas claros, pode escancarar a porta do inferno, isto é, gerar e parir o processo de impeachment de Bolsonaro.

“Existe, sim, a possibilidade de votar o impeachment, é uma palavra que precisa ser considerada”, disse à agência Bloomberg Brasil o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), que não participará da manifestação deste domingo.

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Mas o desejo da extrema direita de derrubar Bolsonaro, cinco meses após a posse, não é comungada pelos partidos de oposição. O PT de Gleisi Hoffmann e do ex-presidente Lula, por exemplo, consideram a solução do general Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente, até pior que o capitão.

Economia

A presidenta nacional do PT afirmou que, apesar de Bolsonaro ser um “desiquilibrado”, o momento é difícil e triste no Brasil, mas ninguém se iluda com as saídas ‘Mourão, Moro e Guedes’. Porque, segundo Gleisi, eles representam o programa [neoliberal] implantado no País.

Ou seja, o PT, maior partido de oposição no país, ainda não se convenceu da necessidade de tirar Bolsonaro. Também não amadureceu ainda palavra de ordem como “novas eleições” e “constituinte” para barrar as aventuras neoliberais.

Entretanto, o que se depreende é que as ruas marcharão pelo atual status quo neste domingo e na quinta-feira, dia 30, será a vez da União Nacional dos Estudantes (UNE) voltar ao asfalto com “sangue nos olhos” porque a mocidade foi xingada de “idiotas úteis” pelo presidente da República. Se a manifestação da educação for maior –e as entidades estudantis prometem maior que a do dia 15– o processo de impeachment pode ganhar azo no meio político.