Forte repressão policial contra os ‘coletes amarelos’ neste sábado


A polícia francesa arremeteu com força contra os manifestantes em Lyon e Nantes, neste sábado (11), durante o 26º fim de semana consecutivo de protestos dos “coletes amarelos” contra o presidente Emmanuel Macron e sua agenda de reformas econômicas neoliberais. Em Paris, sob forte chuva, a manifestação transcorreu sem maiores incidentes, mas com menor adesão.

Em Nantes, manifestantes com capuzes pretos nas extremidades de um protesto em maior parte pacífico jogaram garrafas e quebraram vitrines. Em Lyon, o gás lacrimogêneo se espalhou enquanto a polícia tentava conduzir os manifestantes para fora da praça central Bellecour.

Seis meses depois da revolta popular surgir contra o alto custo de vida e o que é visto como uma indiferença de Macron em relação às dificuldades da classe operária francesa, o movimento começa a ser fortemente reprimido pela Polícia.

A longa sequência de protestos tem forçado Macron a fazer caras concessões em suas políticas, atrasando seu cronograma de reformas, que prevê para este ano uma ampla mudança no sistema previdenciário.

Com sua autoridade desafiada pelos “coletes amarelos”, Macron lançou uma reação na semana passada, depois de semanas de debates nacionais, quando prometeu cortes em impostos e se desculpou por suas declarações por vezes ácidas.

Ainda assim, em Nantes neste sábado os manifestantes disseram que as propostas de Macron foram insuficientes e pouco detalhadas.

Economia

“O ‘grande debate’ foi uma cortina de fumaça. Hoje eles estão nos enfumaçando com gás lacrimogênio”, disse um manifestante de 43 anos que se identificou como Mickael. “Mas não vamos desistir. Sim, somos menos do que no início, mas quando os outros voltarem, ainda vamos estar aqui e vamos estar zangados.”

Os protestos permaneceram calmos neste sábado em Paris, que tem vivido os piores episódios de violência das últimas décadas em meio ao movimento dos “coletes amarelos”. Sob forte chuva, os manifestantes marcharam com seus guarda-chuvas e placas em que se lia “Macron, caia fora”.

*As informação são da reportagem de Guillaume Frouin (Reuters)