O corte de bolsas de pesquisa anunciado pelo governo federal em programas de pós-graduação de universidades e de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, foto acima) poderá interromper pesquisas de ponta sobre câncer, dengue, zika, chikungunya, o desenvolvimento de testes para evitar a transmissão de HIV e hepatites B e C, além de diversas outras doenças.
Na última semana, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o congelamento de quase cinco mil bolsas de pesquisa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em todo o país.
Há riscos, ainda, de mais cortes de bolsas também pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), outra importante agência de financiamento ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
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Com o congelamento de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, o país corre o risco de sofrer um apagão científico.
Em entrevista ao Brasil de Fato, a coordenadora de pós-graduação e pesquisa do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professora Silvana Allodi, criticou a alegação de “balbúrdia” nas universidades por setores radicais do governo e disse que as preocupações deveriam se voltar para o desenvolvimento.
“Existem problemas reais para se fazer pesquisa no Brasil. A importação de equipamentos e reagentes importantes às vezes demora cinco meses em razão de entraves burocráticos. Essa deveria ser a preocupação do governo. Mas o que estamos vendo é um corte aleatório que, graças à reação da população, pode ser parcialmente revertido”, afirmou a pesquisadora.
As informações são do Brasil de Fato.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.