Na Argentina, ‘Macrisis’ pavimenta a volta de Cristina Kirchner


Maurício Macri, presidente da Argentina, é o nome da crise no país vizinho. A “Macrisis”, segundo os analistas políticos, pavimenta o caminho de volta da ex-presidente Cristina Kirchner ao governo.

Macri, que assumiu em dezembro de 2015 aplicando uma política neoliberal como solução para conter a inflação e os problemas fiscais, fracassou na execução de seu programa, o que gerou um imenso desgaste político e eleitoral do governo.

Há cerca de uma semana, o seu governo começou a aplicar uma nova rota na economia que inclue o congelamento de preços de 60 produtos básicos por seis meses e também das tarifas de eletricidade, gás e transporte público até o fim do ano.

A guinada de Macri é uma tentativa para se recuperar políticamente tendo em vista a disputa presidencial de outubro.

A inflação na Argentina acumula 54% no últimos 12 meses, ainda acima do patamar de 40% recebido por Macri no início do mandato. 32% dos argentinos estão abaixo da linha de pobreza, um aumento de seis pontos percentuais em apenas dois anos. O PIB do país caiu 2,8% no ano passado e deve cair novamente 1,9% em 2019, segundo as últimas estimativas. O peso argentino fechou 2018 com desvalorização de 51% em relação ao dólar. Este ano a moeda norte-americana já ficou 13,65% mais cara.

Uma pesquisa eleitoral feita na semana passada pela consultoria Oh! Panel mostra o presidente atrás de sua antecessora, Cristina Kirchner, por oito pontos.

Economia

“Ele sabe que tem uma eleição se aproximando e que nem a dinâmica politica, nem a econômica estão favorecendo”, diz Alberto Ramos, diretor de pesquisa para a América Latina do Goldman Sachs. “Mas interferir nos preços não resolve o problema da inflação, além de ter um cheiro de heterodoxia.”

Com Macri em crescente dificuldades, as atenções se voltam para o nome de Cristina Kirchner que aparece liderando as últimas pesquisas eleitorais.

*Com informações de Agências