A desindustrialização é um fenômeno que assola aceleradamente o país desde os anos 80, mas a indústria da transformação tem seu pior desempenho em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) em 70 anos.
“No ano passado, esse setor respondeu por apenas 11,3% da atividade econômica do País, o patamar mais baixo em mais de 70 anos – não há dados anteriores a 1947”, revela o Estadão.
A debacle do setor industrial brasileiro ocorre devido à combinação de dois fatores explosivos: recessão econômica e desemprego, isto é, falta de consumidores internos para os produtos industrializados.
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Com as economias cada vez mais fechadas em todo o mundo, vide a dos Estados Unidos de Donald Trump, dificilmente os produtos locais alcançariam rapidamente mercados externos.
Some-se à recessão econômica causada pelo modelo neoliberal, que inibe o investimento estatal, a desindustrialização é incentivada pela especulação no mercado financeiro.
O empresário que tinha duas fábricas hoje prefere fechar uma e aplicar os recursos em títulos da dívida pública, por exemplo, que remunera até 8,87% (dependendo da modalidade da aplicação). Isto significa que o “empreendedor” vem trocando a atividade industrial pela de especulador no mercado financeiro, por isso o alinhamento desse segmento representado pelo Sistema S com o ministro da Economia, Paulo Guedes, representante deste nefasto modelo de desindustrialização e de financeirização da economia nacional.
Sob o governo Jair bolsonaro (PSL), segundo economistas, é provável que 2019 registre um número ainda mais baixo que o de 2018, cuja opinião é compartilhada pelo economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.