Caminhoneiros dizem que ‘crédito é esmola’ e preparam greve para 21 de maio


Os caminhoneiros classificaram as medidas anunciadas pelo governo Bolsonaro nesta terça-feira (16) como “uma esmola”. As promessas de Bolsonaro de abertura de uma linha de crédito de R$ 30 mil para a compra de pneus e insumos, de melhoria das estradas e da construção de pontos de descanso em rodovias federais não apaziguaram a categoria.

“Nada do que o ministro da Infraestrutura anunciou nos ajuda. É um avanço conseguir pegar dinheiro no BNDES a baixo custo? É. Mais hoje mais da metade dos caminhoneiros está com o nome sujo no Serasa. Nós vamos conseguir pegar esse crédito?, questiona wandelei Alves, o Dedéco, liderança do movimento, em Curitiba (PR).

Segundo Daniel Reis de Oliveira, o Queixada, que integra o mesmo grupo de Alves, organizados numa rede de WhatsApp com 1 milhão de caminhoneiros, há muitos motoristas que não conseguem pagar os financiamentos por causa do baixo valor pago dos fretes e o preço alto do diesel.

O diretor do Sindicato dos Caminhoneiros de Ourinhos (SP) chamou de “esmola” o crédito oferecido. “É melhor do que nada, mas é uma esmola. Trinta mil não dá para 15 pneus. O caminhoneiro precisava de uma linha d ecrédito de R$ 200 mil”, declarou.

Em nota, a Confederação Nacional dos Transportistas Autônomos (CNTA) afirma reconhecer o esforço do governo e se mantém positiva com postura aberta ao diálogo desta gestão”. A entidade cobra a fixação deum preço mínimo para os fretes e fiscalização.

“São medidas importantes, que beneficiam o caminhoneiros e o valoriza como profissional. Porém, ainda aguardamos uma resposta sobre o nosso principal anseio, que o cumprimento da lei do piso mínimo do frete”, diz o presidente da CNTA, Diumar Bueno.

Economia

Segundo a nota da Associação, a tabela garante que o profissional autônomo tenha condições mínimas de se manter no mercado mesmo com as oscilações dos seus insumos e regula toda a negociação da contratação de frete”.

As lideranças da categoria não descartam a realização de uma nova paralisação para o mês de maio.

*Com informações da Folha de São Paulo