Cerca de quatro mil representantes de 150 povos indígenas do Brasil se reuniram nesta quarta-feira (24) em Brasília para o Acampamento Terra Livre. Realizado anualmente, o evento está sua 15ª edição.
O ministério da Justiça mobilizou a Força Nacional para policiar o encontro. A medida foi recebida pelos indígenas “sem grande surpresa” e demonstra a “incapacidade de diálogo do governo federal”, segundo Lindomar Terena, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
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“A gente entende que o emprego da Força Nacional demonstra que o Estado brasileiro, nossos governantes, não estão preparados par entender quais são os direitos originários, o que é terra indígena”, diz.
Enquanto as tendas e barracas eram postas de pé, diversos povos realizavam danças pelo território que ocuparão até sexta, às vezes de forma simultânea.
É a relação com a terra, que também marca as danças, a principal demanda dos indígenas. É o que explica Angela Kaxuyana, da Coordenação das Organizações dos Indígenas Amazônia Brasileira (Coiab).
“A bandeira de luta do movimento indígena no Acampamento Terra Livre sempre foi a luta pelo direito ao território. Nesse ano, lutamos para garantir os direitos que estão sendo atacados e desmontados”, afirma.
Segundo ela, o acampamento é uma das demonstrações da “resistência para garantir nossa existência”.
No início da noite, os participantes seguiram em marcha da Esplanada até o Supremo Tribunal Federal. Kaxuyana afirma que a ação se baseia em “nossa serenidade e espiritualidade”, além de demonstrar que o movimento dos indígenas está “vigilante” em relação aos seus direitos.
As informações são do Brasil de Fato.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.