Preço do diesel, valor do frete, greve, Bolsonaro ‘cagão’ são temas nos grupos de WhatsApp de caminhoneiros


O humor dos caminhoneiros azedou nas últimas horas: nos grupos de WhatsApp da categoria, o assunto não é mais a próxima parada na BR para tomar uma “gelada” ou saborear aquele espeto corrido. As conversas dos grupos mudaram de rumo e revelam o crescente descontentamento com o preço do diesel, a tabela dos fretes, a decepção com o presidente Bolsonaro e até a preparação de uma nova greve para o mês de maio.

A alta do diesel – que este ano já subiu 15% – foi uma das razões da paralisação do ano passado. Para dar fim ao movimento, o governo golpista de Michel Temer reduziu o preço do combustível em R$ 0,46. O subsídio foi suspenso 60 dias depois e, de lá para cá, outras questões acertadas no acordo não foram cumpridas, segundo afirmam dirigentes da categoria.

“Existe um descontentamento grande com a tabela de frete, com obras paradas, com pedágio alto”, enumera o presidente da União Brasileira dos Caminhoneiros (Ubcam), José Natan Emídio Neto.

A criação da tabela foi uma das principais vitórias do movimento de 2018. Pela lei, os custos do transporte, como combustível e pedágios, devem ser revistos sempre que houver oscilação superior a 10% no preço do diesel. Porém, entidades patronais têm recorrido à Justiça para suspender a aplicação dos valores. É o caso da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que obteve liminar que desobrigou as empresas associadas de cumprir a tabela e as eximiu do pagamento de multa pelo não pagamento.

Numerosos grupos de caminhoneiros aderiram ao então candidato Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral do ano passado, nestes três meses de governo a decepção só cresceu entre a categoria.

Nas redes sociais, principalmente no WhatsApp, os adjetivos em referência ao presidente são impublicáveis neste espaço.

Economia