Obrador declara o fim do modelo neoliberal no México

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, declarou no domingo (17) “o fim da política neoliberal” no país, considerada por ele como um “pesadelo”.

O posicionamento está na contramão do governo Bolsonaro e outros da América Latina, que nos últimos anos têm representado um giro à direita na política do continente.

“Ficam abolidas duas coisas: o modelo neoliberal e sua política de roubo antipopular e entreguista”, assegurou com veemência.

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O presidente indicou onze eixos que vão orientar as políticas públicas do país, que vão desde a igualdade de gênero, passando pela priorização da população mais pobre, até o combate à migração forçada.

Segundo López Obrador, entre as concepções que serão combatidas no seu governo, está a ideia de que o mercado substitui o Estado. Para ele, a função central do Estado deve ser melhorar as condições de vida e de trabalho da população.

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“Esta foi uma lorota para impor a política neoliberal. É uma falácia. O Estado não está diluído em nenhuma parte do mundo, nem na China nem nos Estados Unidos. Só esses tecnocratas sem noção acreditaram que o Estado não era necessário, só o utilizaram para recuperar o sistema financeiro falido”, declarou.

Em janeiro deste ano, a ministra do Trabalho do governo de López Obrador, Luisa Maria Alcalde, anunciou o aumento do salário mínimo, que se tornou o maior do país em 25 anos. Na ocasião, o mandatário afirmou que esta decisão fazia parte da nova política salarial mexicana, que tem como objetivo garantir uma melhor distribuição das riquezas para o povo.

Em relação à política exterior, o presidente mexicano, cujo primeiro mandato vai até o final de 2024, mencionou no evento desse domingo (17) que seu governo estará focado em uma postura de não intervenção em relação a outros países.

“Vamos levar à prática os princípios da autodeterminação dos povos. Não aspiramos ser um império”, afirmou.

Nos últimos meses, o México vem demonstrando esta postura em relação ao conflito na Venezuela.

Após organizar uma negociação da comunidade internacional sobre o país sul-americano, junto com o Uruguai, em uma reunião realizada no começo de fevereiro, o presidente também propôs que seu país fosse sede de um possível diálogo de paz entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana.

As informações são do Brasil de Fato.