CCR Rodonorte mostra que dinheiro compra até felicidade na lava jato

A concessionaria de pedágio CCR Rodonorte fechou acordo com a lava jato e deverá pagar multa de R$ 750 milhões. Isso mostra que dinheiro compra até felicidade no âmbito da força-tarefa.

O milionário valor tem a ver com a investigação criminal decorrente do pagamento de propina ao ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) e, segundo a lava jato, o acordo ocorre na esfera civil para cessar a corrupção e garantir eventuais indenizações ao erário.

Os termos do acordo de leniência que ainda deverão ser homologados pela 23ª Vara Federal, de Curitiba, estabelecem à pedageira a obrigação de instalar programa de compliance e apresentar relatórios anuais sobre ética e transparência, bem como submeter-se a monitoramento independente pelo prazo de 32 meses por profissionais independentes que seriam custados pela própria Rodonorte (supervisionado pelo MPF, é claro).

LEIA TAMBÉM
Bolsonaro anuncia processo contra presidente autoproclamado Zé de Abreu

“Ai visaria apenas consolidar o milionário mercado de palestras e consultorias para os maiores especialistas em processos contra empresas: os próprio lavajateiros, seguindo os passos do procurador Carlos Fernando Lima, que anunciou sua aposentadoria e sua futura carreira no mercado de compliance“, explicou em recente artigo o jornalista Luis Nassif.

Acerca do acordo

Economia

Os termos da leniência entre a CCR Rodonorte e a lava jato assim ficaram definidos:

a) R$35 milhões: serão referentes a multa prevista na Lei de Improbidade Administrativa;

b) R$350 milhões: para reduzir em 30% a tarifa de todas as praças de pedágio operadas pela Rodonorte (segundo o MPF, a redução deve chegar aos usuários do serviço em até 30 dias a partir da homologação na Justiça, e com duração “pelo tempo necessário para que o montante total da redução tarifária alcance o valor previsto”); e

c) R$365 milhões: para executar parte das obras nas rodovias concedidas à Rodonorte, de acordo com o plano de exploração original, considerando os trechos que ela não esteja obrigada a executar segundo o contrato vigente atualmente.

Para quem não entendeu, os programas de complaice são a “sequência natural” das delações premiadas…