Para se parecer minimamente com um “ambientalista”, o ministro Ricardo Salles visitou durante a semana uma aldeia indígena. Mas a aldeia que ele escolheu fica numa reserva que abriga um arrendamento ilegal para cultivo de soja.
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E, mesmo com embargo do Ibama e com o posicionamento do Ministério Público Federal, Salles continua afirmando que a plantação não é ilegal. Nem o ministério da Agricultura consegue sustentar a legalidade do plantio.
“A plantação não é ilegal, tanto que ela foi feita durante 13 anos. Eles começaram a plantar desde 2005 e de repente, apenas em 2017, é que os órgãos tanto de meio ambiente quanto de controle específicos do estado [do Mato Grosso] foram lá e tomaram posições que vão contra essa atividade indígena que já era feita há 13 anos”, declarou o ministro à Folha de S. Paulo.
Ora, alguém tem que explicar para ele que a repetição de uma ilegalidade não a torna legal.
O arrendamento é na terra indígena Utiariti, no Mato Grosso. Foi o primeiro lugar da Amazônia que Salles visitou desde que assumiu a pasta. Ele foi acompanhado da ministra da Agricultura Tereza Cristina.
Não é difícil imaginar que o ministro do Meio Ambiente, que já foi chamado de ministro da mineração, fará de tudo para liberar o agronegócio dentro das reservas indígenas.
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Com informações da Folha de S. Paulo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.