O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi enquadrado por aliados que o obrigaram a “demitir” seu filho Carlos Bolsonaro, o Carluxo, das atividades de governo.
Considerado filho problema, ao menos pelos aliados na Câmara e no Senado, Carluxo exigia a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, após crise dos candidatos laranja do PSL.
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Bebianno elevou o tom e disse que derrubaria o presidente da República se fosse demitido como um cachorro. Após a elevação da temperatura, o núcleo militar do governo atuou como bombeiro e, juntamente com a base de sustentação no Congresso, enquadrou Jair Bolsonaro.
O que depôs contra Carluxo foi o vazamento por ele, nas redes sociais, de uma conversa particular de Bebianno com o pai Jair Bolsonaro. Os aliados temem que o filho problema faça o mesmo com eles, por isso sustentaram o ministro. Ou seja, agiram em favor de Bebianno mais por medo do que por afinidade.
É certo que Bolsonaro não demitiu o ministro hoje e possivelmente não o fará nas próximas horas, porém Bebianno sempre continuará na marca do pênalti. Ele é, atualmente, o ministro mais vulnerável no Palácio do Planalto. Pode cair a qualquer momento.
Embora Carlos seja o ‘escolhido’ de Bolsonaro, ele não tem cargo formal no governo. O filho é vereador na cidade do Rio de Janeiro. Durante a campanha presidencial o galalau cuidou das redes sociais do pai. Portanto, a “demissão” de Carluxo se deu apenas no plano moral com o confisco do celular do presidente da República.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.