Servidores da Copel temem privatização

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), escolheu o empresário Daniel Slaviero Pimentel para presidir Companhia Paranaense de Energia Elétrica, a Copel. Em seu discurso de posse, o neto do ex-governador Paulo Pimentel, já deu sinais de que pretende liquidar a empresa. 

O indicado também é irmão do vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSDB). Mas ele garantiu que Ratinho (o Junior) não leva em consideração a certidão de nascimento, mas sim a capacidade técnica. 

Daniel já abriu os trabalhos falando em corte de gastos, e não em investimentos. 

Esse tipo de visão é fatal para uma companhia que precisa ser de ponta para se manter ágil e prestar bons serviços.

Mas o caminho indicado pelo novo presidente é o do lucro para os acionistas. Logo, a Copel deve se desfazer de muitos ativos. Principalmente aqueles que estão fora do estado. 

Essa leitura foi feita por um grupo de funcionários da empresa que não quis se identificar. 

Economia

Fica o registro, e aguardaremos novos sinais da Copel e dos sindicatos que representam os trabalhadores. Estes, ainda não emitiram nenhuma impressão sobre o novo momento do Paraná. 

Leia e tire suas conclusões: 

NOTA DE REPÚDIO: DESINVESTIMENTOS, “PARCERIAS” E PRIVATIZAÇÕES NO HORIZONTE DA COPEL

Na quarta feira dia 16/01 em Curitiba ocorreu a cerimônia de posse do novo Diretor Presidente da Copel, Daniel Slaviero Pimentel.

Oriundo de família que ao longo do tempo tem se integrado à elite política no Estado do Paraná, o novo Presidente da Copel iniciou seu discurso dizendo que as indicações realizadas pelo Governador Ratinho Junior não levava em consideração “a certidão de nascimento”, mas sim a capacidade técnica dos indicados.

Interessante observar que o indicado para a presidência da Copel é neto do ex-governador Paulo Pimentel e irmão do atual Vice Prefeito de Curitiba Eduardo Pimentel. Por outro lado, a experiência de Slaviero na administração pública ou em empresas de energia elétrica é praticamente nula.

Em seu primeiro discurso, Slaviero enfatizou a implementação de uma política de corte de custos. Todavia, o novo Presidente não explicitou, mesmo que genericamente, quais serão os custos que sofrerão os ditos cortes.

Em momento algum Slaviero mencionou investimentos, apenas frisou o cortes de custos como sendo algo moderno na administração. Slaviero reconheceu que nos últimos anos a Copel se tornou uma empresa de âmbito nacional, estando presente em dez estados da federação, mas que a determinação do governador é para voltar às origens, tendo o foco no Estado do Paraná.

Apesar de adotar um discurso emocionalmente regionalista, sua fala já deu a primeira pista sobre quais os custos serão cortados. Ou seja, àqueles ativos que se encontram fora do Estado do Paraná. Trata-se de empreendimentos construídos com dinheiro público, como a Usina Hidrelétrica de Colíder no Mato Grosso, a Linha de Transmissão Araraquara Taubaté em São Paulo e os Parques Eólicos no Estado do Rio Grande do Norte. Estes ativos poderão fazer parte do tal plano de cortes.

A Copel investiu pesado nestes empreendimentos que contaram com o esforço colossal do seu corpo técnico, a expectativa era de que começassem a render imprescindível fluxo de caixa.

O novo Presidente afirmou em alto e bom som que, por determinação do Governador, voltaríamos ao DNA da Copel, ressaltando os negócios de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, não mencionando o negócio de Telecomunicações.

Portanto, a Copel Telecom está deixando de fazer parte do DNA e do planejamento estratégico da Cia, não sendo mais tratada como prioridade. Mal sabem eles, que o negócio de telecomunicações está sim no DNA da Copel, pois o primeiro quadro de empregados da extinta Telepar Telecomunicações do Paraná S/A, criada em 1963, foi composta por trabalhadores da Copel.

Com um silêncio constrangedor que quebrou o clima de comício, onde o Presidente esperava aplausos, o que se viu foi uma plateia triste e decepcionada.

A única fala relevante no discurso de posse do novo Presidente da Copel se referiu a manutenção da concessão da usina hidrelétrica de Foz do Areia, hoje o maior ativo da empresa, e essencial para o controle da vazão do rio Iguaçu para os empreendimentos à jusante.

De resto, ficou a impressão de que os investimentos serão escassos e os empreendimentos realizados fora do Estado do Paraná serão vendidos ou utilizados para beneficiar investidores privados que não investiram absolutamente nada.

Ademais, a nossa Copel Telecom está no caminho para ser privatizada em breve. Neste processo de desmantelamento e sucateamento da empresa, com pseudônimo de inovação, os trabalhadores da Copel, considerados como um dos melhores corpos técnicos do estado correm sério risco de ficarem desempregados.