‘Coletes amarelos’ voltam às ruas e Macron chama movimento de ‘insurreição’

Os “coletes amarelos” voltaram às ruas da França neste sábado (5) para protestar contra o governo de Emmanuel Macron e a injustiça tributária. É a oitava jornada de protesto do movimento e a primeira de 2019.

O governo acusa o movimento de uma tentativa de “insurreição” e exige um retorno à ordem.

As manifestações aconteceram em Paris,  Rouen (noroeste), Marselha (sudeste), Caen (noroeste), Saint-Nazaire (oeste), Beauvais (norte), entre outras cidades.  As manifestações dos “coletes amarelos” começaram sob os gritos de “fora Macron” e “fim da injustiça tributária”.

Esta é a primeira mobilização de 2019, apesar das concessões do Executivo, que se prepara para debater as reivindicações do movimento em meados de janeiro.

“Hoje estou aqui para defender o direito dos meus filhos. Minha filha ganha 800 euros por mês, ela trabalha em uma padaria, 25 horas por semana”, declarou Ghislaine, de 58 anos, que veio da região de Paris.

O movimento teve início contra o aumento dos preços dos combustíveis, antes de se tornar mais amplo com reivindicações de cunho político como o “fim do governo Macron”.

Economia

Enfraquecido por estes protestos sem precedentes, o chefe de Estado, Emmanuel Macron, anunciou em 10 de dezembro uma série de medidas, como o aumento de 100 euros no salário mínimo e prometeu, em um discurso em 31 de dezembro, um retorno à “ordem Republicana”.

“A raiva vai se transformar em ódio se você continuar no seu pedestal, você e aqueles que como você consideram o povo como mendigos, desdentados”, declarou o coletivo dos “coletes amarelos” chamado “França em cólera” em carta aberta ao presidente e divulgada na quinta à noite.

Diante dessa determinação, o governo endureceu o tom. “[O movimento], para aqueles que continuam mobilizados, tornou-se um ato de agitadores que querem a insurreição e, no fundo, derrubar o governo”, declarou na sexta-feira (4) o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux.

Desde o início do movimento, mais de 1.500 pessoas ficaram feridas, 53 delas gravemente, entre os manifestantes, e quase 1.100 entre as forças de segurança. Além disso, dez pessoas morreram, principalmente em acidentes nos bloqueios de estradas.

*Com informações de Agências