Agenda entre Macri e Bolsonaro é mais ‘lenha na fogueira’ na crise da Venezuela

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, irá se encontrar, pela primeira vez, com o presidente Jair Bolsonaro na próxima quarta-feira (16), em Brasília. Um dos temas centrais da agenda entre os dois presidentes é a discussão sobre a crise na Venezuela.

Os governos do Brasil e da Argentina assinaram no âmbito do “Grupo de Lima”, uma articulação informal que reúne 14 países, declaração conjunta em que não reconhecem a legitimidade do segundo mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e defendem novas eleições.

O chamado “Grupo de Lima” tem operado como braço político da ação intervencionista do governo dos EUA, que tem hostilizado permanentemente a Venezuela, aprovando bloqueio econômico, congelamento de bens e a derrubada do presidente constitucional Nicolás Maduro.

O encontro servirá de palanque para o discurso contra o governo da Venezuela e seu presidente, ampliando a ingerência nos assuntos internos do país vizinho. É mais uma ação que eleva a temperatura da crise. É mais lenha na fogueira.

A nova orientação do Itamaraty rompe com a secular tradição da diplomacia brasileira de respeitar a autodeterminação dos povos, da não intervenção nos assuntos internos dos países e da busca de solução pacífica para os conflitos, como lembrou a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

Macri atravessa uma fase de amplo desgaste político em decorrência da inflação alta, do desemprego crescente e da desvalorização do peso argentino. No ano passado, recorreu a empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que impôs exigências ao governo, como corte de gastos e contenção de despesas sociais.

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