Vem aí o diabólico corte nos salários

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) tem ouvido diabólicos conselhos de Michel Temer (MDB), por meio da equipe de transição, para cortar salários do funcionalismo público.

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Segundo reportagem de capa da Folha, a ideia sugerida pelo Tinhoso [Temer] ao Coiso [Bolsonaro] seria igualar a remuneração do serviço público à praticada pelo setor privado, além de adiar, para 2020, os reajustes programados para 2019.

O diabo é que a reforma trabalhista, que precarizou a mão de obra e gerou 14 milhões de desempregado, derrubou os salários a níveis de semiescravidão. A tendência é que este cenário piore, pois os que vivem de bicos ou trabalham sem carteira já são 37,6 milhões. No total, mais de 65 milhões estão fora da força de trabalho formal.

À medida em que haveria piora no setor privado em virtude do ‘estoque de mão de obra’, concomitantemente, também haveria piora no valor dos salários públicos. Eis a diabólica fórmula para o governo Bolsonaro.

Pela proposta de redução salarial, a transição afirma que o próximo governo “economizaria” cerca de R$ 4,7 bilhões, qual seja, esse dinheiro deixaria de circular na economia para fazer superávit primário para o pagamento da dívida pública [sinônimo de destinação dos recursos para os bancos privados].

Economia

A diabólica proposta traz ainda narrativa de que é preciso aviltar os salários, mas manter o número de servidores. Isto significa que haverá forte arrocho nos salários para sustentar a farra os bancos.

O eleitor não pode reclamar de Bolsonaro porque ele prometeu fazer exatamente isso: destruir os serviços públicos e introduzir a semiescravidão no país por meio das reformas trabalhistas. Portanto, tudo corre dentro do script.