Fim do Mais Médicos repercute no meio político

A decisão do governo de Cubano de deixar de participar do programa Mais Médicos anunciado nesta quarta-feira (14), que aconteceu após o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmar que mudaria os termos do acordo de colaboração, teve grande repercussão no Brasil.

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Nos cinco anos de Mais Médicos, cerca de 20 mil profissionais cubanos atenderam a mais de 100 milhões de pacientes brasileiros, com aprovação de cerca de 95% da população. Mais de 700 municípios brasileiros tiveram nos cubanos o atendimento médico pela primeira vez.

Várias lideranças políticas se manifestaram no Twitter sobre o fim do Mais Médicos.

O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), afirmou ser um “triste dia para a saúde brasileira”

“Triste dia para a saúde brasileira. Depois de inúmeras declarações preconceituosas por parte do presidente eleito, o Ministério da Saúde de Cuba declara sua retirada do Programa Mais Médicos que chegou a mais de 60 milhões de brasileiros”, lamentou o ex-ministro.

Economia

Para Manuela D’avila (PCdoB), que foi candidata a vice-presidente na chapa do petista Fernando Haddad, o fim do programa é a “primeira tragédia” do governo Bolsonaro.

“O fim da participação dos médicos cubanos no Mais Médicos é uma primeira tragédia da ideologização e da loucura persecutória contra a esquerda que está em curso em nosso país”, afirmou Manuela.

O candidato do Psol derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais, Guilherme Boulos, classificou as declarações der Bolsonaro como ”irresponsáveis” e afirmou que “quem vai pagar o preço é o povo pobre”.

“Após declarações irresponsáveis de Bolsonaro, Cuba anunciou hoje o retorno dos médicos que atuam no Brasil. Cada vez que abre a boca, o presidente eleito causa um incidente internacional. Desta vez quem vai pagar o preço é o povo mais pobre que se beneficiou com o Mais Médicos”, previu o líder do MTST.

A senadora e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, declarou que “ficou triste pelo povo brasileiro”.

“Os médicos cubanos ñ participarão + do Mais Médicos. Fiquei triste pelo povo brasileiro q é tão bem assistido por eles. Vi esse programa nascer e ajudei a implementá-lo. Mas entendo as razões: o desrespeito, ameaças e violência c/ q Bolsonaro trata Cuba ñ lhes deixam em segurança”, criticou a dirigente do PT.

Bolsonaro, por outro lado, tentou justificar o porquê de ter agido contra o programa Mais Médicos e, por consequência, contra os interesses do povo brasileiro.

“Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, alegou o presidente eleito.