Após ameaças de Bolsonaro, Cuba vai se retirar do Mais Médicos

O ministério da Saúde Pública de Cuba publicou nesta quarta-feira (14) uma nota em que comunica a retirada dos médicos cubanos do programa Mais Médicos no Brasil. Os motivos alegados pelos cubanos são as declarações ameaçadoras e unilaterais do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

O documento analisa o programa Mais Médicos desde seu inicio com a presidenta Dilma Rousseff em 2013. Informa também que o programa foi realizado através da Organização Panamericana de Saúde.

Nos cinco anos de Mais Médicos, cerca de 20 mil profissionais cubanos atenderam a mais de 100 milhões de pacientes brasileiros, com aprovação de cerca de 95% da população. Mais de 700 municípios brasileiros tiveram nos cubanos o atendimento médico pela primeira vez.

Mesmo com o golpe de 2016, a cooperação entre os países prosseguiu sem maiores problemas.

Mas o presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez declarações consideradas inaceitáveis pelos cubanos. O documento cita o questionamento desrespeitoso da qualidade e do profissionalismo dos médicos de Cuba.

Segundo os cubanos, Bolsonaro quer fazer alterações unilaterais no projeto para contratar os médicos de maneira individual, à revelia de Cuba e da Organização Panamericana de Saúde.

Economia

O documento afirma ainda que é inaceitável o questionamento da dignidade e do altruísmo dos profissionais cubanos, que já cumpriram 600 mil missões em 164 países.

Leia aqui a íntegra da declaração do ministério da Saúde Pública de Cuba.