A rebelião na Casa de Custódia de Curitiba avança para o quarto dia com 4 agentes penitenciários mantidos reféns por 172 presos. O presídio possui 600 detentos.
Os rebelados reivindicam a transferências de presos para outras unidades do interior do Paraná. Parte deles está jurada de morte por facções rivais.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Ricardo Miranda, disse que a situação é muita tensa no local desde domingo (1º), quando começou o motim.
“Todas as penitenciárias estão superlotadas e com baixo efetivo, nos transformando em reféns potenciais”, denuncia o agente carcerário.
Miranda relatou que o governo do Paraná vem anunciando a colocação de contêineres nas penitenciárias já sucateadas, ao invés de se construir novas unidades, e contratar novos funcionários.
“Com uma política de sucateamento das estruturas das unidades penais, e com a desvalorização da carreira de agentes penitenciários, cada vez mais vamos nos aproximando ao fundo do poço”, lamenta o presidente do Sindarspen.
Abaixo, leia o comunicado do presidente do Sindarspen sobre a rebelião:
Boa noite.
Este momento é de tensão, e a dor de ver um companheiro na ponta da faca é imensurável.
Pior ainda é para quem esta de refém, sem observar nenhuma possibilidade de final dessa trágica rebelião.
O Governo do Paraná deixou por anos de se investir no sistema prisonal, facilitando com que presos se organizem, e utilizem nossa categoria como moeda de troca para suas reivindicações.
Todas as penitenciárias estão superlotadas e com baixo efetivo, nos transformando em reféns potenciais.
Não suficiente, o Governo do Estado vem anunciando a colocação de conteiners nas penitenciárias já sucateadas, ao invés de se construir novas unidades, e contratar novos funcionários.
Com uma política de sucateamento das estruturas das unidades penais, e com a desvalorização da carreira de agentes penitenciários, cada vez mais vamos nos aproximando ao fundo do poço.
Temos que ter cautela nos nossos movimentos, para poder preservar a vida de nossos irmãos neste momento, mas vamos ter que agir com rigor para solicitar o fim da política dos shelters, (política essa que inclusive vem sendo respaldada por alguns diretores agentes penitenciários)a restruturação urgente de nossa carreira, contratação de novos agentes penitenciários, investimento em equipamentos e cursos de formação continuada, e o fim da defasagem de nossos salários.
Att.
Ricardo Miranda
Presidente do Sindarspen
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.