Prisão política de Lula em Curitiba completa 90 dias neste sábado

Há três meses, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu se apresentar à Polícia Federal (PF) para cumprir o mandado de prisão expedido pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro após a condenação sem provas pelo caso do triplex no Guarujá, confirmada em segunda instância pelo TRF4.

Desde então, o pré-candidato do PT à Presidência da República aguarda que o Poder Judiciário aprecie os diversos recursos que sua defesa interpôs para garantir que Lula possa lutar para provar sua inocência em liberdade, até a última instância. Faltam 40 dias para o registro das candidaturas e início oficial das eleições, em 15 de agosto.

O ex-presidente está sozinho na sala de 15 m² que foi adaptada para recebê-lo na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Mas, todos os dias, pode ouvir o coro de centenas de vozes, com sotaques de todo o Brasil, que lhe desejam “bom dia” e “boa noite”. Ao longo desses 90 dias, a Vigília Lula Livre, acampamento de militantes de esquerda em protesto permanente pela liberdade de Lula, não arredou pé, mesmo sob ameaça policial e judicial.

Regina Cruz, liderança da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Paraná, diz que a Vigília Lula Livre é um marco da história de lutas e resistência do estado. Nos últimos meses, grupos de militantes de todo o país se revezaram para manter o espaço sempre vivo, e realizaram diversos atos políticos e rodas de conversas para discutir assuntos de interesse do povo brasileiro, como a privatização de patrimônios por parte do governo golpista de Michel Temer (MDB), a psicologia do ódio e do fascismo que toma as ruas contra a esquerda e a distribuição de notícias falsas pela internet, entre outros.

A cada visita que Lula recebe, a Vigília se enriquece com novos depoimentos e recados do ex-presidente. Regina vê com bons olhos a construção coletiva que se dá no bairro Santa Cândida.

Economia

“A unidade dos movimentos sociais está cada vez mais fortalecida dentro da Frente Brasil Popular. Passamos por dias de chuva, garoa, geada. São dias de muita luta, passamos por muitas coisas, brigas com vizinhos, visitas de monges, atores. Acho que avaliação é muito positiva. Nós dos movimentos sociais saímos cada vez mais fortalecidos. É um aprendizado de vida estarmos reunidos há 90 dias. Todas as nossa mídias alternativas tem furado a bolha para falar que esta Vigília existe, já que a grande mídia tenta nos excluir”, ressalta a dirigente.

Fonte: Site do PT