1,7 milhão brasileiros já perderam o emprego em julho, mas Bolsonaro lidera disputa eleitoral de 2022

O IBGE afirma que 1,7 milhão de brasileiros perderam o emprego no início deste mês julho, mas, contraditoriamente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lidera todos os cenários possíveis para a eleição de 2022. Segundo a Paraná Pesquisas, Bolsonaro seria reeleito se a eleição fosse hoje, a despeito do aumento de desemprego no País.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entre os dias 28 de junho e 4 de julho, eram 11,5 milhões de pessoas desempregadas. O IBGE recorda que na semana anterior, eram 12,4 milhões.

Ainda de acordo com o IBGE, a população fora da força de trabalho também teve alta: passou de 75,1 milhões para 76,8 milhões, ou seja, o desemprego atinge metade da população economicamente ativa do Brasil. Ao menos 28,7 milhões desse grupo disseram que gostariam de trabalhar, porém não encontram ocupação.

A pesquisa PNAD Covid-19, divulgada nesta sexta-feira (24), atesta que cerca de 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho na semana por causa da pandemia ou porque não encontraram ocupação no local em que moravam.

Até o fechamento do mês, na próxima sexta (31), a situação do desemprego tende a piorar, haja vista o governo –até agora– não ter apresentado nenhuma proposta de retomada do desenvolvimento, de estimular a produção, o emprego e o consumo.

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Bolsonaro seria reeleito se eleição fosse hoje, afirma pesquisa

A Paraná Pesquisa garante que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) venceria o primeiro turno em todos os cenários possíveis, se a eleição fosse hoje. O “Capitão Cloroquina” derrotaria seis principais adversários, segundo o levantamento.

Bolsonaro venceria com índices que variam de 27,5% a 30,7% os seguintes oponentes:

  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
  • Fernando Haddad (PT)
  • Ciro Gomes (PDT)
  • Sergio Moro
  • João Doria (PSDB)
  • Luciano Huck

No cenário 2, o mais crível, Bolsonaro tem 27,5% ante 21,9% de Lula.

O ex-ministro Sérgio Moro aparece com 16,8% e, na sequência, Ciro Gomes com 8,3%. João Amoêdo, do Novo, surge com 3,8%.

Sem Lula no páreo, Bolsonaro tem seu melhor desempenho entre 29% e 30,9% das intenções de voto. Esse resultado aponta que vem aí uma nova campanha da velha mídia contra o petista.

Com a habilitação do ex-presidente Lula para a disputa de 2022, indica a sondagem, a polarização com Bolsonaro tiraria o ex-juiz Moro da competição eleitoral.

A Paraná Pesquisas anota que 48,1% dos brasileiros desaprovam o governo Bolsonaro (eram 51,7% no fim de abril) e 38% consideram ruim ou péssimo o seu trabalho (eram 39,4%).

Comparada a um levantamento anterior da Paraná Pesquisas, de três meses atrás, a aprovação oscilou positivamente de 44% para 47,1%, enquanto o contingente que considera seu mandato ótimo ou bom foi de 31,8% para 34,3%, variação acima da margem de erro de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Segundo turno

Em um eventual segundo turno, de acordo com a Paraná Pesquisas, Jair Bolsonaro também venceria seus adversários nas seguintes proporções:

  • Bolsonaro 46,6% x 32% Fernando Haddad
  • Bolsonaro 44,7% x 35% Sérgio Moro
  • Bolsonaro 45,6% x 36,4% Lula
  • Bolsonaro 48,1% x 31,1% Ciro
  • Bolsonaro 51,7% x 23% Doria
  • Bolsonaro 50,8% x 27,6% Huck

O governo do presidente Jair Bolsonaro tem 43% de aprovação e 46% de desaprovação, mostra pesquisa DataPoder360. A avaliação positiva da administração federal teve alta de 3 pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado há 15 dias, de 6 a 8 de julho, quando era de 40%.

Há 6 semanas, o governo era rejeitado por 50% e aprovado por 41%. A diferença era de 9 pontos. Hoje, a rejeição recuou para 46%, e a aprovação foi a 43%. Ou seja, o gap caiu para 3 pontos. A pesquisa foi realizada de 20 a 22 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais

A alta na aprovação do presidente ocorre no período em que Bolsonaro evita falar à imprensa e fazer ataques a adversários e a integrantes dos outros Poderes da República. O chefe do Executivo está em isolamento por estar com covid-19. Foi diagnosticado em 7 de julho. De lá para cá, já fez mais 2 exames. O último, realizado na 2ª feira (21.jul), também deu positivo.

A desaprovação do governo oscilou dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais. Há 15 dias, 47% rejeitavam o governo. Há 30 dias, eram 50%.

A pesquisa foi realizada de 20 a 22 de julho de 2020 pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 560 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

O quadro acima e outros do levantamento (abaixo aqui nesta reportagem) mostram que a estratégia de Bolsonaro de se manter reservado e distante da mídia tem sido positiva para o governo. Apesar do número de mortos por covid-19 estar ainda em alta diária, parte dos brasileiros parece ter desinflamado certa irritação com o chefe do Executivo.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado nessa 5ª feira (23.jul.2020), há 2.287.475 casos de covid-19 confirmados no país. O número de vítimas da doença chegou a 84.082.