Gleisi inocente é prova de que a lava jato faz mal ao Brasil, diz Estadão

Para o Estadão, a inocência da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) é a prova concreta de que a lava jato faz muito mal ao Brasil ao se apoiar em apenas delações.

Nesta terça (19), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal absolveu por unanimidade a presidenta nacional do PT dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também a inocentou da acusação de crime eleitoral.

“A decisão do STF de absolver Gleisi Hoffmann deve servir de alerta para o Ministério Público, que presta desserviço ao País ao apresentar denúncias com base apenas em delações”, diz o editorial do jornalão paulistano.

O Estadão faz questão de ressaltar que “apenas delações” não podem condenar e prender quem quer que seja.

“No processo havia apenas delações, sem outros elementos de prova a corroborar as informações provenientes das colaborações premiadas.”

O diabo é que Gleisi foi inocentada, após 4 anos de linchamento na mídia, mas o ex-presidente Lula não teve a mesma sorte. Ele está preso ilegalmente há 76 dias em Curitiba, sem prova, no caso tríplex, cuja condenação foi sustentada apenas em delações premiadas.

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Prossigamos no editorial do Estadão:

“O delator, como se sabe, obtém benefícios ao relatar à Justiça aquelas informações… Esse modo de proceder da PGR tem graves implicações. Pessoas inocentes podem ser acusadas injustamente, apenas com base em relatos de delatores. Neste caso, a atuação descuidada do Estado contribuiria para destruir a honra dessas pessoas, pois, como se sabe, uma absolvição num processo penal nunca restabelece fama idêntica a que o réu tinha antes de ser denunciado e levado aos tribunais com a pecha de corrupção. Por mais eloquente que seja a sentença absolutória, sempre pairará sobre a biografia do réu a sombra desabonadora”, afirma ao se referir ao caso de Gleisi, mas perfeitamente também cabe no caso de Lula.

Neste caso das delações, o Estadão tem razão.