CUT repudia perseguição e prática antissindical contra a greve dos petroleiros

A CUT repudiou a perseguição e a prática antissindical movida pelo governo golpista contra a greve de advertência dos petroleiros. O movimento foi uma advertência ao governo que promove uma política de desmonte e privatização da Petrobras. Confira a íntegra da nota da central divulgada nesta sexta-feira (01).

Em mais uma medida autoritária, o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer apelou ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para impedir a greve dos petroleiros que estava programada há meses e que cumpriu todos os requisitos necessários previstos pela lei de greve.

A CUT repudia essa prática antissindical e a perseguição desse governo ao movimento legítimo dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) realizou assembleias nos seus 13 sindicatos, aprovou um calendário de mobilizações que incluía paralisações de advertência, a greve e uma pauta de reivindicações que, para além de defender os interesses corporativos da categoria, tem por objetivo defender a soberania nacional e a população brasileira, vítima dos aumentos abusivos dos combustíveis.

A pauta aprovada foi: redução do preço do gás de cozinha, da gasolina, do diesel, contra a privatização da Petrobras e mudança da política de preços da companhia baseada nas cotações do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.

Economia

Todo processo organizativo da paralisação foi realizado muito antes da greve dos caminhoneiros. Por isso desmentimos categoricamente os colunistas da mídia que querem desinformar a população brasileira, associando a greve dos petroleiros ao movimento dos caminhoneiros.

Essa é mais uma tentativa dos setores da imprensa que apoiou e apoia o golpe e o governo ilegítimo de desmoralizar e diminuir o legítimo e legal direito de greve dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e, em particular, dos petroleiros.

Cabe ressaltar que essa política de preços de Pedro Parente, imposta à Petrobras, foi a principal causa do caos que se instalou no país pela paralisação dos caminhoneiros. A nova política de preços da Petrobras, que reajusta o preço do gás de cozinha e dos combustíveis diariamente para pagar os acionistas da empresa, sobretudo estrangeiros, é irresponsável e abusiva.

A população, além de ser penalizada por não conseguir comprar gás, ainda sofre os efeitos dos aumentos dos combustíveis nos preços dos alimentos, vestuário, educação, etc.

E hoje, para conseguir atender as justas reivindicações dos caminhoneiros para baixar o preço do diesel, o governo anunciou que vai aumentar impostos e cortar recursos para as áreas de educação, saúde e segurança, em vez de mudar a política de preços e diminuir os valores a serem pagos aos investidores e especuladores estrangeiros, aos banqueiros internacionais e às empresas petrolíferas multinacionais.

Reafirmamos que o Brasil não tem necessidade de importar petróleo. Temos capacidade de produção e refino para garantir a produção de 100% dos nossos combustíveis. No entanto, o atual presidente da Petrobras instituiu uma política de produção que deixa ociosas nossas refinarias – que passaram a operar com  apenas 68% de sua capacidade – para importar mais de 30% de combustíveis, onerando os preços internos e dando lucros para as companhias internacionais de petróleo.

Essa é uma política deliberada para quebrar a empresa e prepará-la para a privatização. Assim como a reforma trabalhista, esse é mais um pagamento do governo àqueles que financiaram o golpe, desestabilizaram o país, geraram instabilidade política e econômica, além da maior crise de abastecimento da história.

O compromisso desse governo ilegítimo não é com o povo, mas com os banqueiros internacionais e as grandes empresas petrolíferas que querem se apossar do nosso petróleo, pré sal e gás.

Diante da gravidade da política adotada pelo atual governo, com consequências danosas para a Petrobras, os petroleiros e a sociedade brasileira, a CUT manifesta preocupação com a decisão apressada da ministra do TST que, por meio de liminar, decidiu decretar a greve ilegal e estabelecer multas milionárias.

Os petroleiros cumpriram com todas as exigências legais, inclusive avisando da paralisação com a antecedência prevista na lei, e sequer foram ouvidos antes que fosse tomada tal decisão, como prevê a legislação. Esse mesmo Tribunal não teve a mesma rapidez para tomar decisões dessa natureza quando os interesses patronais são contrariados.

A CUT lamenta e repudia que o Judiciário trabalhista tenha se curvado aos interesses dos banqueiros internacionais, das multinacionais do petróleo e dos golpistas que estão vendendo a preço de banana nossas empresas e o patrimônio da nação.

A CUT apoiou e vai continuar apoiando as reivindicações e as mobilizações dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras representados pela Federação Única dos Petroleiros. Queremos dar um basta nessa política de preços que penaliza a população.

Queremos a redução dos preços do gás de cozinha, da gasolina e do diesel e a retomada da produção pelas refinarias brasileiras da Petrobras. Somos contra a importação de combustíveis das multinacionais do petróleo e, assim como os petroleiros, entendemos que é urgente a demissão do presidente da empresa, Pedro Parente, responsável por essa política de destruição de uma empresa que é estratégica para o crescimento e o desenvolvimento do Brasil.

Fora Parente!

Contra a Privatização da Petrobras!

Em Defesa da Soberania Nacional!

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