Bolsonaro finge ser moderado, registra a Folha

A Folha registra neste domingo (3) que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) finge ser moderado, mas não convence ninguém.

“Bolsonaro ganhou seguidores graças a seu comportamento feroz, mas percebeu que precisa segurar os impulsos para aumentar suas chances na eleição. Na pré-campanha, o ex-capitão começa a ensaiar um tom moderado. Se vencer, governará com os braços agitados de sempre ou com as mãos em frente à boca?”, questiona o jornalão ao relatar que em um jantar do Poder360 ele “juntava as mãos em formato de triângulo perto da boca ao ouvir as opiniões dos comensais.”

“Quantas vezes esperei vocês terminarem de falar? Antes, interrompia sempre”, explicou-se Bolsonaro.

A Folha ainda anota que o presidenciável tem tido posições dúbias, titubeantes, a exemplo da greve dos caminhoneiros.

“O candidato do PSL é imprevisível. Num dia, critica o bloqueio de rodovias. Depois, faz uma defesa enfática dos caminhoneiros parados nas estradas. Passadas 24 horas, diz que o movimento passou dos limites”, aponta.

O jornalão paulistano afirma que Bolsonaro impõe a si “rédeas frouxas” que confundem seus eleitores e gera desconfiança em sua base fiel. “O ex-capitão foi criticado por alguns apoiadores, por exemplo, quando rechaçou a possibilidade de uma intervenção militar.”

Economia

A Folha ainda anota que Bolsonaro tem recaídas estatizantes, embora respire fundo para defender a agenda neoliberal.

“Até agora, é impossível saber se o presidenciável conduziria a economia com a mão direita ou com a mão esquerda”, põe em dúvida o jornalão dos Frias.

Para a Folha, durante a campanha, o deputado coloca uma máscara conciliadora para disfarçar a fama de intolerante. “Tenta controlar os rompantes que renderam uma denúncia por racismo e um processo por apologia ao estupro.”

O pré-candidato do PSL afirmou há 10 dias ao Estadão que iria continuar atirando, mas com silenciador. “A metáfora bélica sugere que Bolsonaro adapta seu discurso para conquistar o eleitorado, mas pode voltar a empunhar uma metralhadora barulhenta se alcançar ao poder”, concluiu a Folha.