Sindicalismo em rede: A força da internet na greve dos caminhoneiros

A greve dos caminhoneiros, que apesar de intensa repressão e criminalização, ainda resiste em São Paulo e em várias partes do país nesta quinta-feira (31), contou com um aliado estrutural na sua preparação e difusão: a internet.

Categoria sem a tradição de luta do sindicalismo convencional e verticalizado, os caminhoneiros, a maioria integrada por autônomos e trabalhadores avulsos, realizaram uma verdadeira façanha ao paralisar o país de ponta a ponta. A categoria conta com algumas entidades que disputam a sua representação, porém a maioria é de “carimbo” e ligadas aos empresários do setor — que foram atropeladas junto com o governo durante a greve.

A greve dos caminhoneiros, sem lideranças visíveis e reconhecidas pelo conjunto da categoria, só foi possível pelo uso intenso da internet, através das redes sociais, principalmente o WathsApp, onde eram transmitidas as informações sobre o andamento do movimento: os bloqueios de estradas, de refinarias e de bases de distribuição de combustíveis

Grupos nacionais, regionais, locais e até por BRs se comunicavam por correntes de WhatsApp, difundindo orientações, informações, com pequenos textos, vídeos e memes. Um movimento em rede, que contribuiu para a manutenção e coesão da greve.

A corrente pela internet foi a principal responsável em derrotar a farsa da “negociação” encenada pelo governo golpista no final da semana passada — e que garantiu a continuidade da paralisação.

Economia

*Imagem – Loreto Tutoriais