Drama dos sem tetos continua no Largo do Paissandu em São Paulo

A situação dos moradores do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em 1° de maio depois de um incêndio, continua sem solução. Centenas de pessoas, entre elas muitas crianças e idosos, seguem acampadas no Largo do Paissandu, região central de São Paulo. Movimentos populares de moradia cobram uma solução da prefeitura e do governo do estado.

Uma reportagem da Agência Brasil, que ouviu os moradores acampados, constatou o abandono e a falta de opções de moradia, a maioria das pessoas vivia de de forma precária e sem emprego fixo. O ‘aluguel social’ é insuficiente para assegurar uma habitação digna, asseguram lideranças dos moradores.

Nascido no Ceará, ex-presidiário, João vende água e salgadinho nas ruas da cidade de São Paulo. Mas o que ganha com as vendas não dá para pagar um aluguel para abrigar a família, por isso foi parar na ocupação do prédio. Os quatro dormem em uma barraca de camping com o que restou de seus pertences. Essa é a situação da maioria dos que estão acampados largo. Vivem de doações e com o que conseguiram carregar, fugindo do incêndio.
Mãe solteira, com cinco filhos, Kátia Gilmara também está em uma barraca no Paissandu. Juntos com ela, uma irmã com quatro filhos. Todos dividem duas barracas. Kátia vende água e bala nos semáforos. “Tem dia que tiro alguma coisa e dia que não tiro nada [na vendas]”, disse ao explicar que sua renda não permite que tenha um lugar para morar com a família. “Há 17 anos, estou em ocupações, estou nessa luta para conseguir uma moradia digna para meus filhos. Eu nunca tive condições de pagar aluguel, cuido deles sozinha”.
Ela morava havia cinco meses no edifício que desabou. Kátia informou que já estar cadastrada na fila por uma moradia. Sobre os rumos que pretende tomar com os filhos, disse: “Agora, só Deus!” e acrescenta: “Tenho que ficar aqui [acampada] lutando”. 
*Com informações da Agência Brasil

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