Anistia Internacional: ‘Sociedade precisa saber quem matou Marielle e por quê’

São Paulo – A Anistia Internacional cobra as autoridades brasileiras pela resolução dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, que neste sábado (14) completam um mês, sem qualquer avanço significativo no esclarecimento do crime. “A sociedade precisa saber quem matou Marielle e por quê”, diz a diretora-executiva da organização no Brasil, Jurema Werneck, que acrescenta que a falta de resposta das autoridades aumenta o risco e as ameaças aos defensores de direitos humanos. 

Em nota, a Anistia internacional exige “investigação imediata, completa, imparcial e independente que não apenas identifique os atiradores, mas também os autores intelectuais do crime”. 

Neste sábado, ativistas, militantes e apoiadores realizam, em pelo menos 80 cidades de oito países, o Amanhecer por Marielle e Anderson, que além de homenagear as vítimas, também cobra punição aos envolvidos no crime.

 “O Estado deve garantir que o caso seja devidamente investigado e que tanto aqueles que efetuaram os disparos quanto aqueles que foram os autores intelectuais deste homicídio sejam identificados. Caso contrário envia uma mensagem de que defensores de direitos humanos podem ser mortos e que esses crimes ficam impunes”, afirma Jurema Werneck.

Para a organização, as características do crime indicam se tratar de um assassinato que foi cuidadosamente planejado, realizado por pessoas com treinamento. A Anistia assinala também que o Brasil é um dos países que mais mata defensores de direitos humanos. Segundo eles, só no ano passado, 58 defensores foram assassinados.

“O assassinato de uma vereadora, defensora de direitos humanos, ativista dos movimentos LGBTI e das favelas, negra e lésbica tem, claramente, a intenção de silenciar sua voz e de gerar medo e insegurança. Mas vamos continuar levantando nossas vozes. Desde que Marielle foi morta, as pessoas no Brasil e em todo o mundo, se mobilizaram e não descansarão até que a verdade seja conhecida e a justiça seja feita. Eles tentaram nos calar, mas nós mostramos que não estamos com medo”, conclui Jurema. 

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