Meirelles anuncia calote nas emendas parlamentares

O ministro dos bancos privados [antiga Fazenda] Henrique Meirelles faz terrorismo na cabeça dos deputados que, até aqui, votaram como ‘cordeirinhos’ medidas antipovo e favoráveis ao golpe de Michel Temer. O representante da banca condiciona o pagamento de emendas parlamentares à aprovação da “pauta econômica” do governo pelo Congresso Nacional. Na prática, Meirelles fez deputados e senadores de bobos, na cara dura ensaia calote nas emendas.

Em período pré-eleitoral, a chantagem governamental pode ganhar ar de tragédia. Vide o caso da reforma da previdência que Michel Temer não conseguiu reunir o número de votos necessários para pôr fim às aposentadorias.

O pacote de maldades de Temer enviado ao Congresso tem ao menos cinco temas espinhosos: 1- autonomia do Banco Central (para favorecer a banca financeira com o aumento dos juros); 2- privatização da Eletrobras (aumentar a tarifa de energia para os consumidores); 3- Lei Geral das Telecomunicações (permite doação de bens públicos avaliados em R$ 100 bilhões para as telefônicas); 4- extinção do Fundo Soberano (surrupiar R$ 3 bilhões de reservas para pagar o juro da dívida com os bancos privados); e 5- Redução da desoneração da folha (aumentar impostos para o setor produtivo).

Os outros dez pontos da pauta econômica são: Marco legal de licitações e contratos; Nova lei de finanças públicas; Regulamentação do teto remuneratório; Reforço das agências reguladoras; Depósitos voluntários no Banco Central; Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais; Cadastro positivo; Duplicata eletrônica; e Distrato.

Nunca é demais lembrar que Henrique Meirelles só está no governo para representar os interesses dos bancos privados. Se ele tiver de fazer uma escolha entre pagar as emendas parlamentares e os juros para a banca financeira, evidentemente, fica com os bancos.

O diabo é que o calote nas emendas parlamentares deixa o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) numa saia justa, pois ele foi o fiador das votações pró-governo. Se Meirelles não cumprir o combinado antes, muito provavelmente, não haverá reeleição para os presidentes tanto do Senado quanto da Câmara.

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