Execução de Marielle deixou discurso da direita na defensiva nas redes sociais

Levantamento feito pela FGV DAPP (a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas) mostra que a morte da vereadora Marielle Franco (Psol), teve enorme repercussão nas redes sociais. Em 19 horas – entre as 22h da quarta-feira (14) e as 17h da quinta (15) –, foram registradas 567,1 mil menções no Twitter. A predominância de uma opinião democrática e progressista nas redes sociais funcionou como uma onda de choque que se propagou por todo o país, que tomado por indignação foi para as ruas também. No plano político, o efeito foi imediato, tanto que o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, sempre falastrão, não se pronunciou sobre o assassinato da parlamentar. Dessa vez, o tema da Segurança, caro para a direita e espinhoso para a esquerda, como um bumerangue, acertou a cabeça dos conservadores.

O levantamento constatou a existência de grupos que destacam o luto e a trajetória de Marielle. Eles são responsáveis por mais de 88% do debate na rede e, entre suas postagens mais populares, prevalece a visão de que ela foi vítima de um crime político, e não comum, com o envolvimento de agentes policiais.

Boa parte dos tuítes menciona a denúncia feita por Marielle no domingo (11), sobre a ação de policiais militares do 41º BPM na favela de Acari, como um possível motivo para o assassinato. O nome da vereadora aparece em 60% das publicações e, entre as palavras relacionadas no debate aparecem “negra”, em 74 mil menções (ou 13%); “mulher” (10%, 62 mil) e “assassinada” (10%, 57 mil); “execução” e “executada”, com 57 mil menções cada uma (ou 9%). A frequência dos termos mostra a visão de uma execução e não uma suposta tentativa de assalto.

Outro grupo identificado no estudo (em azul claro, no gráfico acima) respondeu por 7,14% dos tuítes na discussão. Estes perfis fizeram uso do debate para criticar o Psol, a esquerda e ativistas dos direitos humanos de uma forma geral.

Economia

Em meio às postagens relacionadas ao tema, a hashtag mais usada foi #mariellepresente, que apareceu em 44,7 mil postagens, ou 8% do debate. Ocupando durante boa parte do período o primeiro lugar nos trending topics do Twitter no Brasil. Outras expressões relevantes foram #nãofoiassalto, mencionada em 17 mil postagens, ou 3% do total; #mariellefranco, em 11 mil postagens, ou 2%; e #mariellefrancopresente e #justiçaparamarielle, que constaram em aproximadamente 5,7 mil postagens, 1% cada uma.

*Com informações da RBA