ONU: já há “ciberguerra entre países”

O português António Guterres, secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu a criação de regras globais para minimizar o impacto da ciberguerra sobre os civis. Segundo jornal espanhol El País, o português disse que a próxima guerra começará com um ciberataque maciço para destruir a capacidade militar, sobretudo do comando, do controle e da comunicação, com a finalidade de paralisar as tropas e a infraestrutura básica, como as redes elétricas.

O alerta do dirigente da ONU ocorreu depois dele receber o título de doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa, na capital portuguesa.

“Já existem episódios de guerra cibernética entre Estados. E o pior é que não há um esquema de regulamentação para esse tipo de guerra, não está claro se aí se aplica a Convenção de Genebra ou se o Direito Internacional pode ser aplicado nesses casos”, disse Guterres.

O secretário da ONU afirmou ainda que os riscos de uma ciberguerra são bastantes reais. “Estamos totalmente desprotegidos de mecanismos regulatórios que garantam que esse novo tipo de guerra obedeça àquele progressivo desdobramento de leis de guerra, que garanta um caráter mais humano naquilo que é sempre uma tragédia de proporções extraordinariamente dramáticas.”

António Guterres sugeriu que a ONU seja a mediadora de Governos e empresas, cientistas e universidades para estabelecer protocolos de modo que o uso da web seja feito com benefícios para a humanidade.

“Nós todos temos de nos unir, não só os Estados, para garantir que a Internet seja um bem para a humanidade. As normas tradicionais, por intermédio de Estados ou convenções internacionais, não estão hoje adaptadas à nova realidade porque são lentas”, completou.

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Com informações do El País