Professora PSS pede socorro contra “escravidão” no Tucanistão do Sul

O Blog do Esmael recebeu um e-mail nesta quarta-feira (17) da professora E.A., cujo regime de contrato é PSS (Processo Seletivo Simplificado), denunciando regime de “escravidão” imposto pelo governo do Tucanistão do Sul — leia-se governo Beto Richa (PSDB), do Paraná.

A professora disse que ela os colegas perderam o chão com a redução nos salários anunciada por Richa. “Já não ganhávamos bem, agora, menos ainda…”, escreve.

Para o ano letivo de 2018, o governo do estado pretende contratar temporariamente, com salários reduzidos, até 10 mil professores, pedagogos e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais.

E.A. relata ainda a perda de vida familiar com deslocamentos e trabalhos em até cinco escolas, bem como com preparação de provas, correção e registros de classe online. “Fomos escravizados neste sistema”, indigna-se.

A professora PSS pede socorro para quem possa ouvi-la: “Por favor, entre em contato com a APP. Isto está sério e acabou com a minha tranquilidade, assim como a de tantos professores no regime PSS.”

No próximo dia 27 de janeiro, a APP-Sindicato realizará assembleia geral da categoria. Dentre as pautas em discussão estará a deflagração de greve geral no início do ano letivo.

Economia

“Sou convicta que questões de direitos trabalhistas e dignidade no trabalho não são questões divinas, mas políticas”, completa a professora.

A seguir, leia a íntegra da mensagem:

Esmael,
Bom dia,

Por favor, teu Blog é sempre crítico, mas gostaria de ver publicado sobre a questão de nós professores PSS. Estamos sem chão, com as medidas tomadas pelo governo que diminuiu nossos salários. Já não ganhávamos bem, agora, menos ainda… O desestímulo é total, isto, se pegar aulas…. No ano passado fui uma que perdeu a vida familiar. Cinco escolas, deslocamentos e trabalhos por horas e horas pela noite adentro com preparação de provas, correção e postagens para Registro de Classe Online (RCO). Fomos escravizados neste sistema e ainda escutei: “agradeça a Deus por estar trabalhando…” Sou convicta que questões de direitos trabalhistas e dignidade no trabalho não são questões divinas, mas políticas. Por favor, entre em contato com a APP. Isto está sério e acabou com a minha tranquilidade, assim como a de tantos professores no regime PSS.
Grata,
E.A.

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