Manifesto ‘Eleição sem Lula é fraude’ ultrapassa 155 mil assinaturas

Nas vésperas do julgamento de Lula no TRF-4, em Porto Alegre, dia 24, mais de 155 mil pessoas já assinaram o manifesto ‘Eleição sem Lula é fraude’. O crescente apoio ao ex-presidente está vincado à construção de comitês em defesa da democracia e por eleições livres em todo o país.

Desde o recrudescimento da perseguição a Lula, em maio de 2017, o PT também ganhou cerca de 224 mil novos filiados. Há sete meses eram 1.584.568 petistas. Hoje somam 1.809.280 em todo o Brasil. Um incremento de 224.712 militantes.

É nesse embalo que o PT promoverá atos na capital gaúcha nos dias 23 e 24 contra a condenação de Lula e, consequentemente, por sua participação na eleição presidencial deste ano.

O senador Roberto Requião (MDB-PR), um dos organizadores das mobilizações pró-democracia, vê o julgamento de Lula como verdadeiro absurdo porque, segundo ele, o tal tríplex hoje está vinculado à Caixa Econômica Federal e era propriedade da OAS. “Jamais foi do ex-presidente Lula. O que querem é retirar do brasileiro a possibilidade de discutir um projeto nacional para discutir um programa e o próximo presidente da República”, denunciou.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin, igualmente aponta a aberração jurídica no julgamento do TRF-4. Ele explica que o apartamento atribuído a seu cliente continua em nome da Construtora da OAS perante o Cartório de Registro de Imóveis, o que assegura a propriedade à empreiteira. “No Direito Penal os juízes ainda devem ser a boca da lei. Não podem inovar, muito menos aplicar a lei fora das hipóteses expressamente previstas, como forma de perseguição a um inimigo político (lawfare). Lula será julgado no dia 24 de janeiro. A academia e a história farão o julgamento definitivo do caso”, destacou o defensor.

Clique aqui para assinar você também o manifesto ‘Eleição sem Lula é fraude’.

Economia

Leia a íntegra do manifesto:

Manifesto Eleição sem Lula é fraude

A tentativa de marcar em tempo recorde para o dia 24 de janeiro a data do julgamento em segunda instância do processo de Lula nada tem de legalidade. Trata-se de um puro ato de perseguição da liderança política mais popular do país. O recurso de recorrer ao expediente espúrio de intervir no processo eleitoral sucede porque o golpe do Impeachment de Dilma não gerou um regime político de estabilidade conservadora por longos anos.

O plano estratégico em curso, depois de afastar Dilma da Presidência da República, retira os direitos dos trabalhadores, ameaça a previdência pública, privatiza a Petrobras, a Eletrobras e os bancos públicos, além de abandonar a política externa ativa e altiva.

A reforma trabalhista e o teto de gastos não atraíram os investimentos externos prometidos, que poderiam sustentar a campanha em 2018 de um governo alinhado ao neoliberalismo. Diante da impopularidade, esses setores não conseguiram construir, até o momento, uma candidatura viável à presidência.

Lula cresce nas pesquisas em todos os cenários de primeiro e segundo turno e até pode ganhar em primeiro turno. O cenário de vitória consagradora de Lula significaria o fracasso do golpe, possibilitaria a abertura de um novo ciclo político.

Por isso, a trama de impedir a candidatura do Lula vale tudo: condenação no tribunal de Porto Alegre, instituição do semiparlamentarismo e até adiar as eleições. Nenhuma das ações elencadas está fora de cogitação. Compõem o arsenal de maldades de forças políticas que não prezam a democracia.

Uma perseguição totalmente política, que só será derrotada no terreno da política. Mais que um problema tático ou eleitoral, vitória ou derrota nessa luta terá consequências estratégicas e de longo prazo.

O Brasil vive um momento de encruzilhada: ou restauramos os direitos sociais e o Estado Democrático de Direito ou seremos derrotados e assistiremos a definitiva implantação de uma sociedade de capitalismo sem regulações, baseada na superexploração dos trabalhadores. Este tipo de sociedade requer um Estado dotado de instrumentos de Exceção para reprimir as universidades, os intelectuais, os trabalhadores, as mulheres, a juventude, os pobres, os negros. Enfim, todos os explorados e oprimidos que se levantarem contra o novo sistema.

Assim, a questão da perseguição a Lula não diz respeito somente ao PT e à esquerda, mas a todos os cidadãos brasileiros. Como nunca antes em nossa geração de lutadores, o que se encontra em jogo é o futuro da democracia.

Comments are closed.