Manifesto de apoio a Lula começa ano com 105 mil assinaturas

O ano de 2018 começou com 105 mil assinaturas no manifesto de apoio ao ex-presidente Lula, que se vê ameaçado de não poder concorrer nas eleições de outubro. Sob a palavra de ordem “Eleição sem Lula é fraude”, o documento está disponível aqui para a adesão.

Dentre as personalidades que assinaram o manifesto estão Noam Chomsky, o cantor e compositor Chico Buarque, os escritores Raduan Nassar e Milton Hatoum, os jornalistas Hildegard Angel e Mino Carta, o jurista Fábio Konder Comparato, o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, o senador Roberto Requião, dentre outras.

A apelação de Lula vai a julgamento no próximo dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, no TRF-4, quando ativistas prometem ocupar a capital gaúcha em defesa da democracia e por eleições livres.

Em mensagem de Ano Novo, Requião advertiu o judiciário a não substituir o povo na escolha do próximo presidente da República. “Tem que ser escolhido pelo voto direito do povo brasileiro”, exortou o senador, que é um dos coordenadores do #OcupaTRF4 no dia 24 de janeiro.

Para assinar o manifesto pró-democracia e em defesa da candidatura de Lula, basta clicar aqui. Exerça a sua cidadania e apoie a realização de eleições livres no Brasil. O povo decide.

Leia a íntegra do manifesto:

Economia

Eleição sem Lula é fraude

A tentativa de marcar em tempo recorde para o dia 24 de janeiro a data do julgamento em segunda instância do processo de Lula nada tem de legalidade. Trata-se de um puro ato de perseguição da liderança política mais popular do país. O recurso de recorrer ao expediente espúrio de intervir no processo eleitoral sucede porque o golpe do Impeachment de Dilma não gerou um regime político de estabilidade conservadora por longos anos.

O plano estratégico em curso, depois de afastar Dilma da Presidência da República, retira os direitos dos trabalhadores, ameaça a previdência pública, privatiza a Petrobras, a Eletrobras e os bancos públicos, além de abandonar a política externa ativa e altiva.

A reforma trabalhista e o teto de gastos não atraíram os investimentos externos prometidos, que poderiam sustentar a campanha em 2018 de um governo alinhado ao neoliberalismo. Diante da impopularidade, esses setores não conseguiram construir, até o momento, uma candidatura viável à presidência.

Lula cresce nas pesquisas em todos os cenários de primeiro e segundo turno e até pode ganhar em primeiro turno. O cenário de vitória consagradora de Lula significaria o fracasso do golpe, possibilitaria a abertura de um novo ciclo político.

Por isso, a trama de impedir a candidatura do Lula vale tudo: condenação no tribunal de Porto Alegre, instituição do semiparlamentarismo e até adiar as eleições. Nenhuma das ações elencadas está fora de cogitação. Compõem o arsenal de maldades de forças políticas que não prezam a democracia.

Uma perseguição totalmente política, que só será derrotada no terreno da política. Mais que um problema tático ou eleitoral, vitória ou derrota nessa luta terá consequências estratégicas e de longo prazo.

O Brasil vive um momento de encruzilhada: ou restauramos os direitos sociais e o Estado Democrático de Direito ou seremos derrotados e assistiremos a definitiva implantação de uma sociedade de capitalismo sem regulações, baseada na superexploração dos trabalhadores. Este tipo de sociedade requer um Estado dotado de instrumentos de Exceção para reprimir as universidades, os intelectuais, os trabalhadores, as mulheres, a juventude, os pobres, os negros. Enfim, todos os explorados e oprimidos que se levantarem contra o novo sistema.

Assim, a questão da perseguição a Lula não diz respeito somente ao PT e à esquerda, mas a todos os cidadãos brasileiros. Como nunca antes em nossa geração de lutadores, o que se encontra em jogo é o futuro da democracia.

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